Editor acusa durante debate na TV Assembléia: “DNA autoritário do PT quer Conselho de Comunicação para amordaçar liberdades públicas no Brasil”

No debate que vocês poderão acompanhar a seguir, as questões principais discutidas foram o projeto petista de criação no RS do Conselho Estadual de Comunicação, mas também entraram em debate outros temas que interessam ao conjunto da sociedade brasileira, como são os casos da obrigatoriedade de diploma para trabalhar como jornalista e um novo marco regulatório para a imprensa brasileira, no caso uma nova Lei de Imprensa.

. As conversações ocorreram no programa “Democracia”, editado pela TV Assembléia, da Assembléia do RS. O mediador foi o jornalista Batista Filho. Em nome do governo petista gaúcho esteve a secretária Vera Spolidoro, acompanhada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS. Vera Spolidoro, é coordenadora do Gabinete de Inclusão Digital do Governo do Estado, enquanto que Milton Siles Simas Júnior é o presidente do Sindicato dos Jornalistas.

. Logo no início do programa, o editor demarcou a discussão que faria, denunciando o caráter fascista e autoritário da proposta de criação do Conselho Estadual de Comunicação. A imagem é sofrível, mas replica as condições técnicas com as quais a cópia foi entregue ao editor. Eis a fala por inteiro:

- Eu vivi, durante 20 anos, sob o tacão da ditadura militar trabalhando em jornalismo. Trabalhei em jornais que faziam a oposição à ditadura. No Correio da Manhã, trabalhei praticamente 15 anos lá, no jornal Movimento, jornal Opinião, na Veja - logo que surgiu a Veja. E nesse período eu soube bem o que é trabalhar sob o tacão de governos que querem impor a sua vontade, a sua opinião sobre os meios de comunicação. Eu fui preso várias vezes, fui espancado, fui exilado, fui demitido, fui perseguido, perdi todos os meus bens. Enfim, vocês podem imaginar o que foi aquele período turbulento de 20 anos de ditadura militar. Depois da redemocratização, claro que continuei no jornalismo, como continuo até hoje. Mas quando tivemos aqui no RS o primeiro governo do PT, de Olívio Dutra, eu só não fui exilado, espancado e preso, mas fui processado, fui demitido dos jornais onde trabalhava, sempre por pressão do governo, através do manejo das suas verbas de publicidade. Vocês sabem muito bem que o governo do Estado é o maior anunciante dos jornais, rádios e televisão. Maneja alguma coisa, contando o Banrisul, como R$ 120 milhões por ano. Ninguém gasta tanto em publicidade quanto gasta o governo do Estado. De modo que, no governo Olívio Dutra, que foi a primeira experiência do PT no governo, a pressão sob os jornais foi muito parecida com a pressão exercida durante o período da ditadura militar. O governo atual é um governo do PT, não repete a mesma experiência desastrosa que foi o governo Olívio Dutra. Aliás, quero recomendar a vocês este livro que contém depoimentos de 10 jornalistas que foram perseguidos no governo do PT de Olívio Dutra, que perderam seus empregos, foram processados, gente que perdeu até seus bens porque tiveram que pagar indenizações pesadas por crimes de opinião. Este governo atual não está fazendo a mesma coisa, mas vem com essa proposta, na minha avaliação completamente fascista e autoritária, que é a de exercer um controle sobre a mídia, sobre a liberdade de expressão. Não responde a um pedido da opinião pública, porque as vozes roucas das ruas não pedem isso, na verdade isso é da nomenklatura do PT, Partido que se instalou dentro do governo estadual e dentro dos diversos governos ou tenta se instalar. É um ataque oblíquo. É um ataque oblíquo aos conceitos do estado democrático de direito e da economia de mercado. Esses governos visam, até pelo seu DNA, estatizar tudo que existe na vida social brasileira. O PT não tem compromisso nenhum com a propriedade. No fundo, no fundo, é sobre isso que estamos falando: é um controle estatal de propriedade, portanto também sobre a opinião das pessoas.

4 comentários:

Anônimo disse...

É uma bela história de vida, sem dúvida, e um belo testemunho dos "Anos de Chumbo". O que será que vão penssar disso os nostálgicos da ditadura que vivem postando comentários? Será que o editor passará a ser tachado de esquerdopata ou comuno-petista? Sim, porque sempre se disse aqui que os militares foram chamados pela sociedade para salvar o Brasil do comunismo. Salvar o Brasil de pessoas como o editor? Com a palavra, os tantos almirantes de águas turvas que navegam neste blog...

Anônimo disse...

Não é Almirante anonimo das 13:57: é Cabo reformado KirK.

Anônimo disse...

O tal cabo de esquadra não aprendeu nem patriotismo no quartel, passa chamando nosso país de "Bananão"...

Anônimo disse...

Você está muito agitado, Políbio. Não esqueça dos remédios ...

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