O editorial a seguir é da revista Veja desta semana. O editor há três décadas vem denunciando o que acontecia e acontece no RS, onde os governos do PT sempre adotaram a prática de "criar dificuldades para vender facilidades", ao mesmo tempo em que executou e executa um movimento de penetração em repartições, sindicatos, universidades, ONGs, tudo para dominar o corpo do governo e a cabeça da sociedade, visando implementar a ideologia reducionista do comunismo. Leia:
Une os governos de Lula e Dilma Rousseff o apoio ao que
seus ideólogos chamam de “movimentos sociais”, que nada mais são do que grupos
organizados para servir de massa de manobra aos interesses políticos radicais.
O encarregado de organizar e manter vivos esses grupos é Gilberto Carvalho,
que, de sua sala no Palácio do Planalto, atua como um ministro para o caos
social. Essa pasta, de uma forma ou de outra, existe em todos os governos
populistas da América Latina e se ocupa da cínica estratégia de formar ou
adotar grupos com interesses que não podem ser contemplados dentro da ordem
institucional, pois implicam o desrespeito às leis e aos direitos
constitucionais.
Ora são movimentos de índios que reivindicam reservas em
áreas de agronegócio altamente produtivas e até cidades inteiras em Santa
Catarina e no Rio Grande do Sul, ora são pessoas brancas como a neve que se
declaram descendentes de escravos africanos e querem ocupar à força
propriedades alheias sob o argumento improvável de que seus antepassados viveram
ali. A estratégia de incitar esses grupos à baderna e, depois, se vender à
sociedade como sendo os únicos capazes de conter as revoltas é a adaptação
moderna do velho truque cartorial de criar dificuldades para vender
facilidades.
Brasília assistiu, na semana passada, a uma dessas
operações. Alguns índios decidiram impedir que as pessoas pudessem ver a taça
da Copa do Mundo, exposta no estádio Mané Garrincha. A polícia tentou reprimir
o ato, e um dos silvícolas feriu um policial com uma flechada.
(...)
Há três meses, o MST, o Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra, mandou seus militantes profissionais atacar o Planalto. Gilberto
Carvalho foi até a rua, onde, depois de uma rápida conversa, se combinou que
Dilma receberia os manifestantes. “O MST contesta o governo, e isso é da
democracia”, explicou Carvalho, o pacificador, que, com um dedo de prosa,
dissolveu o cerco feroz. O MST é um movimento arcaico, com uma pauta de reforma
agrária do século passado em um Brasil com quase 90% de urbanização e 80% da
produção dos alimentos consumidos pelos brasileiros vinda da agricultura
familiar.Por obsoleto, já deveria ter desaparecido. Mas
Carvalho não permite que isso ocorra. O MST faz parte do exército de reserva e
precisa estar pronto se convocado. Foi o que se deu na semana passada, quando
João Pedro Stedile, um dos fundadores do movimento, obediente ao chamado do
momento, atirou: “Só espero que não ganhe o Aécio Neves, porque aí seria uma
guerra”. É impossível não indagar: contra quem seria essa guerra? A resposta é
óbvia: contra a vontade popular e contra a democracia