Catarinenses dão troco a Lula e empurram o DEM para o Palácio Rosa

No começo desta semana, Lula foi a Joinville e participou de um comício do PT. Em seu discurso, resolveu ofender a família Bornhausen e pediu a extirpação do DEM, cujo candidato ao governo estadual, Raimundo Colombo, liderava a lista de intenções de votos no Estado.

. Cinco dias depois, neste final de semana, o Instituto Mapa apresentou o resultado do apelo de Lula aos eleitores de Santa Catarina, conforme publicação do jornal Diário Catarinense, da RBS:

Raimundo Colombo, DEM - 35,9%
Angela Amin, PP - 26,5%
Ideli Salvatti, PT, 17,3%

. Colombo abriu 9,4 pontos de vantagem sobre Amin.

Carlos Araújo conta a ZH como ele e Dilma assaltaram o cofre de Ademar de Barros

Além das cinco páginas com a história de Dilma Roussef, contada a partir da visão do seu ex-marido, Carlos Araújo, o jornal Zero Hora deste domingo conta também a história de José Serra, contada por sua mulher, Mônica Allende, que o conheceu no exílio, no Chile. ZH presta um relevante serviço aos eleitores, já que permite cotejar os dois perfis. A opção pelo melhor será inevitável.

A ex-ministra Dilma Roussef participou, sim, do assalto ao cofre do ex-governador Ademar de Barros, uma ação armada comandada em 1969 pelo seu futuro marido, o ex-deputado Carlos Araújo, em 1969, numa imponente mansão do bairro Santa Tereza, no Rio. Ademar de Barros, ex-governador de São Paulo, foi o fundador da atual Rede Bandeirantes de Rádio e TV. O primeiro dos Saad foi seu genro. Dilma Roussef não gosta de falar sobre o episódio. Sua biografia no site de campanha e nos programas de rádio e TV, omite totalmente o passado terrorista da candidata do PT.

. Quem contou os detalhes do assalto foi o próprio ex-deputado Carlos Araúhjo, que na época liderava com Dilma Roussef a organização terrorista VAR Palmares, já na época aliada estratégica da VPR, grupo liderado pelo ex-capitão Carlos Lamarca. Está tudo no jornal Zero Hora deste domingo. São 5 páginas recheadas de detalhes colhidos pelos repórteres Luiz Antonio Araújo e Mariana Bertolucci, ao longo de oito horas de gravações. O ex-deputado do PDT, 72 anos, vive na mesma casa de sempre, na Assunção, Porto Alegre, mas sua atual mulher, a terceira, Nize Pacheco, mora na sua própria casa. Dilma foi a segunda mulher de Araújo. Ele tem um filho com cada mulher.

. Na reportagem, Carlos Araújo conta que roubaram o cofre com tudo dentro, usando um sistema de roldanas. Depois ele foi aberto com a ajuda de maçaricos. Dentro dele estavam US$ 2,16 milhões. Onde foi parar o dinheiro ? Conta Carlos Araújo:

- Demos US$ 1 milhão ao embaixador da Argélia, para ajudar exilados brasileiros em Argel. O restante foi usado na luta armada.

. O assalto acabou provocando um racha entre Araújo-Dilma com o grupo de Carlos Lamarca.

Nota do editor - Logo abaixo, outras notas sobre a campanha de Dilma Roussef, com ênfase para os assaltos ao dinheiro público praticados nas suas barbas, na Casa Civil de Lula.

DataFolha pesquisa eleições do RS e Escândalo Caracas

Neste fim-de-semana, segunda e terça, o Vox Populi estará nas ruas buscando a intenção de voto para presidente, governador e senador no RS. Serão 800 entrevistados. A pesquisa é encomendada pela Band.

. Na terça, começa o campo do Datafolha, que terá seu término na quinta-feira (23). Pesquisa da Folha/RBS, com 1.310 entrevistados.

O Datafolha busca saber também se o eleitor está informado sobre o escândalo na Casa Civil, como se vê nas perguntas:

P.21 Você tomou conhecimento da saída da ex-ministra –chefe da Casa Civil, Erenice Guerra do governo? (SE SIM) Você diria que está bem informado, mais ou menos informado ou mal informado sobre esse caso? (ESTIMULADA E ÚNICA)
1 Tomou conhecimento e está bem informado
2 Tomou conhecimento e está mais ou menos informado
3 Tomou conhecimento e está mal informado
4 Não tomou conhecimento

P.22 A ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, pediu demissão após as denúncias de que seu filho teria beneficiado empresas junto ao governo pedindo comissão. Você acredita ou não que o filho de Erenice Guerra benficiava as empresas junto ao governo pedindo comissão?
1 sim, acredita
2 não acredita
99 não sabe

P.23 E na sua opinião, Erenice Guerra sabia ou não que seu filho beneficiava empresas junto ao governo pedindo comissão?
1 sim, sabia
2 não sabia
99 não sabe

P.24 E o presidente Lula, sabia ou não que o filho de Erenice Guerra beneficiava empresas junto ao governo pedindo comissão?
1 sim, sabia
2 não sabia
99 não sabe

P.25 E a candidata Dilma Rousseff, sabia ou não que o filho de Erenice Guerra beneficiava empresas junto ao governo pedindo comissão?
1 sim, sabia
2 não sabia
99 não sabe

A máquina de corrupção do PT não é invenção dos jornalistas

CLIPPING
Painel do Leitor
Fernando de barros e Silva

Recebo de um jovem estudante de ciências sociais da USP, eleitor convicto de Dilma Rousseff, e-mail intitulado "Vergonha". O texto que vem abaixo é curto: "O que vocês estão fazendo é vergonhoso! Criminoso! Onde vocês querem chegar com isso?".
Talvez pudesse responder que a mensagem teria melhor destino se fosse encaminhada, desse mesmo jeitinho, não a mim, mas a Israel Guerra e à sua mãe, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Seria, de qualquer forma, ocioso: quem quiser ver sabe muito bem aonde eles queriam chegar com isso.
A máquina de corrupção do PT não é invenção de jornalistas a serviço da direita. Com variações, esse mesmo argumento escapista (e moralmente baixo) foi usado por petistas no mensalão, nos aloprados, na violação do sigilo do caseiro...
Há agora um fato: o filho da ministra que cresceu à sombra de Dilma Rousseff fazia tráfico de influência e tinha cúmplices, entre eles um sócio, dentro da Casa Civil.
Incapaz de negar objetivamente o tráfico de influência, Erenice retomou a tese da conspiração na sua "carta-testamento", onde acusava a imprensa de atuar em favor de um "candidato aético e já derrotado".
Isso certamente não é tudo. Na outra ponta, duas cartas no "Painel do Leitor" de ontem chamam a atenção. Uma delas diz que "as oposições têm a segunda chance de punir o mensalão"; a outra sugere que o PT "deveria ser o primeiro a pedir o impeachment de Dilma".
Dilma ainda não foi eleita, mas desta vez ela (ou Lula?) não escapa. Ou seja: existem setores sociais tomados pelo sentimento de que Dilma não deveria chegar ao poder e governar. São menos eleitores de Serra do que antipetistas radicalizados, com tentações golpistas.
O ambiente político está muito envenenado, é verdade. Coisas da democracia. Para pensar, porém, ninguém é obrigado a se render à lógica eleitoral. Nem está condenado a optar entre o clepto-lulismo e o tapetão tardo-udenista do PSDB.

Dilma Roussef deve explicações ao País

CLIPPING
Veja, sábado

O PSDB vai protocolar nesta segunda-feira um requerimento para que a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, dê explicações à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre as novas denúncias de propina dentro da Casa Civil. A oposição estuda ainda a possibilidade de convocar, assim que os trabalhos sejam retomados no Congresso, após as eleições de 3 de outubro, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos de corrupção na Casa Civil. Na mira estarão Dilma e sua sucessora, Erenice Guerra. Nesta semana, VEJA revela que funcionários da Casa Civil receberam em julho de 2009 - quando Dilma era ministra, portanto - propina por ter ajudado a azeitar a compra do medicamento Tamiflu, usado para conter uma epidemia de gripe H1N1 no país. Vinícius de Oliveira Castro, ex-sócio do filho de Erenice, recebeu 200 000 reais em dinheiro vivo em sua sala, a metros do gabinete da ministra-chefe da Casa Civil. O dinheiro estava em um envelope pardo dentro de sua gaveta. O vice-líder do PSDB no Senado, senador Alvaro Dias, que já havia requerido à Procuradoria Geral da República semana passada uma investigação do Ministério Público sobre o caso de tráfico de influência, deve anexar ao documento as novas denúncias. "É um lamaçal tão nojento que a indignação não pode ficar contida. A reação tem de ser do tamanho do crime. Em matéria de escárnio, esse caso supera o mensalão. Aconteceu nas barbas de Lula, na barra da saia de Dilma", disse Dias ao site de VEJA. Os tucanos haviam pedido na semana passada a convocação de Erenice para depor na CCJ. "Agora queremos ouvir Dilma. Queremos saber como pode ela não enxergar um propinoduto a sua frente. Ela tem de dar explicações. Não pode falar só quando o filho é bonito", disse o senador. "Se Dilma tivesse dignidade, renunciaria a sua candidatura. É difícil imaginar pessoas de bem votando em uma candidata desse governo."

Israel, filho de Erenice e assessor de Dilma, achacava até corredor de motocross

Nem piloto de motocross escapava dos "ataques especulativos" do assessor de Dilma Roussef na casa Civil, Israel Guerra, filho da mulher de confiança da ministra, Erenice Guerra.

. Israel Guerra, segundo conta Veja desta semana, cobrou propina de um corredor de Motocross, porque conseguiu para ele um patrocínio de R$ 50 mil da Eletrobrás, estatal que orbita em torno da Casa Civil (Dilma ainda faz, ali, o que bem entende). Israel cobrou do rapaz uma taxa de sucesso de R$ 10 mil. Luis Corsini, o desportista, contou como Israel tratava Dilnma:

- Ele chamava Dilma de tia.

Outra denúncia de Veja: "Marido de Erenice também mediava negócios milionários dentro do governo do PT"

A grande família de Erenice Guerra é um inacreditável e repugnante balcão de negócios, porque as reportagens de Veja deste sábado não deixam margem a outro tipo de interpretação. A militante e líder do PT, que construiu sua carreira dentro do Partido, onde ajudou a forjar dossiês e mais dossiês, inclusive contra o deputado Ibsen Pinheiro e dona Ruth Cardoso, montou um covil de agentes da corrupção dentro do governo do PT e alojou alguns deles ao lado do gabinete do presidente Lula, dentro mesmo da Casa Civil, quando era ministra Dilma Roussef. O dinheiro sujo rolava vivo ali dentro, conforme reportagem a seguir.

. Veja desta semana traz outra história escabrosa, desta vez envolvendo o atual marido de Erenice Guerra, José Roberto Camargo Campos. Em 2005, Cardoso convenceu a Unicel, de São Pauloo, a disputar o mercado de telefonia móvel. Ele conseguiu uma concessão da Anatel. O caso chegou a ser contestado na agência, mas Erenice resolveu tudo. A empresa era um desastre e acumulou dívidas de R4 200 milhões. Como ela resolverá isto ? R$ 100 milhões sairão da sua participação no Plano Nacional de Banda Larga. E quem cuida do PNBL, que propiciará investimentos de R$ 14 bilhões ? Erenice Guerra.

. Por trás de tudo, na Casa Civil, rolou o dinheiro da corrupção.

- Vale a pena comprar a revista para ler a íntegra da reportagem,.

Veja denuncia que (e como) dinheiro (vivo) da corrupção rolava dentro do gabinete de Dilma Roussef

18.9.2010| 9h04m
Veja

'Caraca! Que dinheiro é esse?'

Funcionário da Casa Civil recebeu propina dentro da Presidência da República, perto do gabinete da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a um andar do presidente Lula

Diego Escosteguy e Otávio Cabral

Numa manhã de julho do ano passado, o jovem advogado Vinícius de Oliveira Castro chegou à Presidência da República para mais um dia de trabalho. Entrou em sua sala, onde despachava a poucos metros do gabinete da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e de sua principal assessora, Erenice Guerra Vinícius se sentou, acomodou sua pasta preta em cima da mesa e abriu a gaveta.

O advogado tomou um susto: havia ali um envelope pardo. Dentro, 200 mil reais em dinheiro vivo – um “presentinho” da turma responsável pela usina de corrupção que operava no coração do governo Lula.

Vinícius, que flanava na Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, começara a dar expediente na Casa Civil semanas antes, apadrinhado por Erenice Guerra e o filho-lobista dela, Israel Guerra, de quem logo virou compadre.

Apavorado com o pacotaço de propina, o assessor neófito, coitado, resolveu interpelar um colega: “Caraca! Que dinheiro é esse? Isso aqui é meu mesmo?”. O colega tratou de tranquilizá-lo: “É a ‘PP’ do Tamiflu, é a sua cota. Chegou para todo mundo”.

PP, no caso, era um recado – falado em português, mas dito em cifrão.
Trata-se da sigla para os pagamentos oficiais do governo. Consta de qualquer despacho público envolvendo contratos ou ordens bancárias.
Adaptada ao linguajar da cleptocracia, significa propina. Tamiflu, por sua vez, é o nome do remédio usado para tratar pacientes com a gripe H1N1, conhecida popularmente como gripe suína.

Dias antes, em 23 de junho, o governo, diante da ameaça de uma pandemia, acabara de fechar uma compra emergencial desse medicamento – um contrato de 34,7 milhões de reais. A “PP” entregue ao assessor referia-se à comissão obtida pela turma da Casa Civil ao azeitar o negócio Segundo o assessor, o governo comprara mais Tamiflu do que o necessário, de modo a obter uma generosa comissão pelo negócio.

Até a semana passada, Vinícius era assessor da Casa Civil e sócio de Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, ex-ministra da pasta, numa empresa que intermediava contratos com o governo usando a influência da petista. Naturalmente, cobravam comissão pelos serviços.

Depois que VEJA revelou a existência do esquema em sua última edição, Vinícius e outro funcionário do Planalto, Stevan Knezevic, pediram demissão, a ministra Erenice caiu – e o governo adernou na mais grave crise política desde o escândalo do mensalão, e que ronda perigosamente a campanha presidencial da petista Dilma Rousseff.

Lançado ao centro do turbilhão de denúncias que varre a Casa Civil, Vinícius Castro confidenciou o episódio da propina a pelo menos duas
pessoas: seu tio e à época diretor de Operações dos Correios, Marco Antonio de Oliveira, e a um amigo que trabalhava no governo. Ambos, em depoimentos gravados, confirmaram a VEJA o teor da confissão.

Antes de cair em desgraça, o assessor palaciano procurou o tio e admitiu estar intrigado com a incrível despreocupação demonstrada pela família Guerra no trato do balcão de negócios instalado na Casa Civil.
Disse o assessor: “Foi um dinheiro para o Palácio. Lá tem muito negócio, é uma coisa. Me ofereceram 200 000 por causa do Tamiflu”.

Vinícius explicou ao tio que não precisou fazer nada para receber a PP. “Era o ‘cala-boca". O assessor disse ainda ao tio que outros três funcionários da Casa Civil receberam os tais pacotes com 200 000 reais; porém não declinou os nomes nem a identidade de quem distribuiu a propina. Diz o ex-diretor dos Correios: “Ele ficou espantado com aquela coisa. Eu avisei que, se continuasse desse jeito, ele iria sair algemado do Palácio”.

O cândido ex-assessor tem razão: dinheiro sujo dentro de um gabinete da Presidência da República é um fato espantoso. Nos últimos anos, sobretudo desde que o presidente Lula relativizou os crimes cometidos durante o mensalão, sempre que se apresenta um caso de corrupção à opinião pública surgem três certezas no imaginário popular.

* Primeiro, nunca se viu um escândalo tão escabroso

* Ninguém será punido

* O escândalo que vier a sucedê-lo reforçará as duas certezas anteriores.

A anestesiada sociedade brasileira já soube de dinheiro na cueca, dinheiro na meia, dinheiro na bolsa, dinheiro em caixa de uísque, dinheiro prometido por padre ligado a guerrilheiros colombianos. Mas nada se compara em ousadia ao que se passava na Casa Civil. Ficará consolidado no inverno moral da era Lula se, mais uma vez, esses eventos forem varridos para debaixo do tapete.

Já se soube de malfeitorias produzidas na Presidência, mas talvez nunca de um modo tão organizado e sistemático como agora – e, ao mesmo tempo, tão bisonhamente rudimentar, com contratos, taxas de sucesso e depósitos de propina em conta bancária.

Por fim, o que pode ser mais escabroso do que um grupo de funcionários públicos, ao que tudo indica com a participação de um ministro da Casa Civil, cobrar pedágio em negócios do governo? O mais assustador, convenha-se, é repartir o butim ali mesmo, nas nobres dependências da cúpula do Poder Executivo, perto do presidente da República e ao lado da então ministra e hoje candidata petista Dilma Rousseff.

Na semana passada, quando o caso veio a público, a candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, tentou se afastar o quanto pôde do escândalo. Apesar de o esquema ter começado quando Dilma era ministra e Erenice sua escudeira, a candidata disse que não poderia ser responsabilizada por “algo que o filho de uma ex-assessora fez”. Dilma candidata não tinha mesmo outra alternativa. As eleições estão aí e o assunto em questão é por demais explosivo.

Erenice Guerra ganhou vida em razão do oxigênio que Dilma lhe forneceu durante sete anos de governo. Erenice trabalhou com a candidata quando esta comandava a pasta de Minas e Energia e na Casa Civil transformou-se na assessora-mor da petista, assumindo o cargo de secretária-executiva. É possível que em todos esses anos de intenso trabalho conjunto Dilma não tenha percebido o que se passava ao seu redor. É possível que Dilma seja uma péssima leitora de caráter. Mas, em algum momento, ela vai ter que enfrentar publicamente esse enorme contencioso passado.

Obedecendo à consagrada estratégia política estabelecida pelo PT, Dilma não só tentou se distanciar do caso como buscou desqualificar os fatos apresentados por VEJA. “É um factoide”, afirmou a candidata, dois dias antes de Erenice ser demitida pelo presidente Lula. (O governo divulgou que a ministra pediu demissão, o que é parolagem.)

A chefe da numerosa família Guerra caiu na manhã da última quinta-feira, vítima dos vícios da sua turma. Além dos fatos apontados por VEJA, veio a público o atávico hábito da ex-ministra em empregar parentes no governo, que, desde já, dá um novo significado ao programa Bolsa Família. Também se descobriram contratos feitos sem licitação favorecendo parentes da ministra.

Em um dos episódios, o filhote de Erenice cobrou propina até de um corredor de Motocross, que descolara um patrocínio de 200 000 reais com a Eletrobrás, estatal sob a influência de Erenice. Taxa de sucesso
paga: 40 000 reais. “Israel chamava a Dilma de tia”, contou o motoqueiro Luís Corsini, o desportista que pagou a taxa de sucesso.

Antes de capitular aos irretorquíveis fatos apresentados por VEJA, o governo fez de tudo para desqualificar o empresário Fábio Baracat, uma das fontes dos jornalistas na revelação do esquema de arrecadação de propina na Casa Civil. Baracat, um empresário do setor aéreo, narrara, em conversas gravadas, as minúcias de suas tratativas com a família Guerra, que tinham por objetivo facilitar a obtenção de contratos da empresa MTA nos Correios.

No sábado, depois de, como disse, sofrer “fortes pressões”, Baracat divulgou uma nota confusa, na qual “rechaçava oficialmente informações" da reportagem, mas, em seguida, confirmava os fatos relatados. Com medo de retaliações por parte do governo, o empresário refugiou-se no interior de São Paulo. Ele aceitou voltar à capital paulista na última quinta-feira, para mais uma entrevista. Disse ele na semana passada: “Temo pela minha vida. Vou passar um tempo fora do país”. O empresário aceitou ser fotografado e corroborou, diante de um gravador, as informações antes prestadas à revista.

Baracat não quis explicar de onde partiram as pressões que sofreu, mas, em uma hora e meia de entrevista gravada, ratificou integralmente o conteúdo da reportagem. O empresário confirmou que, levado por Israel e Vinícius, encontrou-se várias vezes com Erenice Guerra, quando ela era secretária-executiva e, por fim, quando a petista virou ministra.

As primeiras conversas, narra Baracat, serviram para consolidar a convicção de que Israel não vendia falsamente a influência da mãe. Na última conversa que eles tiveram, em abril deste ano, o tom mudou.
Israel cobrava dinheiro do empresário por um problema resolvido para ele na Infraero.

Diz Baracat: “Ele dizia que havia pagado na Infraero para resolver”.
Na reunião, disse Erenice, de acordo com o relato do empresário:
“’Olha, você sabe que a gente está aqui na política, e a gente tem que cumprir compromissos’. (...) Ficou subentendido (que se tratava da propina). (Ela) foi sempre genérica (nesse sentido). (...) Ela disse:
‘A gente é político, não pode deixar de ter alguns parceiros’”.
Baracat diz que não sabe o que a família Guerra fez com o dinheiro.

O misterioso caso da comissão do Tamiflu também merece atenção das investigações iniciadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República. O Ministério da Saúde, que já gastou 400 milhões de reais com a aquisição do remédio desde o ano passado, afirma que não houve qualquer ingerência da Casa Civil – e que a quantidade de Tamiflu comprada foi definida somente por critérios técnicos.

A seguir, mais uma história edificante

Em outros episódios, a participação da Casa Civil aparece de forma mais clara. VEJA apurou mais um caso no qual o poder da Casa Civil dentro do governo misturou-se aos interesses comerciais da ex-ministra, resultando numa negociata de 100 milhões de reais. Desta vez, o lobista central da traficância não é o filho, mas o atual marido de Erenice Guerra, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos.

Com a ministra Dilma Rousseff na Casa Civil e a esposa Erenice Guerra como seu braço direito, Camargo convenceu dois amigos donos de uma minúscula empresa de comunicações a disputar o milionário mercado da telefonia móvel. Negócio arriscado, que exige muito capital e experiência num ramo cobiçado e disputado por multinacionais. Isso não era problema para Camargo e seus sócios. Eles não tinham dinheiro nem experiência, mas sim o que efetivamente importa em negócios com o
governo: os contatos certos – e poderosos.

Em 2005, a empresa Unicel, tendo Camargo como diretor comercial, conseguiu uma concessão da Anatel para operar telefonia celular em São Paulo. Por decisão pessoal do então presidente da agência, Elifas Gurgel, a empresa do marido ganhou o direto de entrar no mercado. De tão exótica, a decisão foi contestada pelos setores técnicos da Anatel, que alegaram que a empresa sequer havia apresentado garantias sobre sua capacidade técnica e financeira para tocar o negócio.

O recurso levou dois anos para ser julgado pela Anatel. Nesse período, Erenice e seu marido conversaram pessoalmente com o presidente da agência, conselheiros e técnicos, defendendo a legalidade da operação.
“A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus parecereres e os conselheiros mudassem seu voto”, conta um dos membros do conselho, também alvo da pressão da ex-ministra.

A pressão deu certo. O técnico que questionou a legalidade da concessão, Jarbas Valente, voltou atrás e mudou seu parecer, admitindo os “argumentos” da Casa Civil. Logo depois, Valente foi promovido a conselheiro da Anatel. Um segundo conselheiro, Pedro Jaime Ziller, também referendou a concessão a Unicel. Não se entende bem a relação entre uma coisa e a outra, mas dois assessores de Ziller, logo depois, trocaram a Anatel por cargos bem remunerados na Unicel.

Talvez tenham sido seduzidos pelos altos salários pagos pela empresa, algo em torno de 30 000 reais – muito, mas muito mais do que se paga no serviço público. O presidente Elifas foi pressionado diretamente pelo Ministro das Comunicações, mas nem precisava: ele foi colega de Exéricito de um dos sócios da Unicel. Tudo certo? Não. Havia ainda um problema a ser sanado.

A legislação obriga as concessionárias a pagar 10% do valor do contrato como entrada para sacramentar o negócio. A concessão foi fixada em 93 milhões de reais. A empresa, portanto, deveria pagar 9,3 milhões de reais. A Unicel não tinha dinheiro.

Novamente com Erenice à frente, a Unicel conseguiu uma façanha. O conselho da Anatel acatou o pedido para que o sinal fosse reduzido para 1% do valor do negócio, ou seja, pouco mais de 900 000 reais. A insólita decisão foi contestada pelo Ministério Público e, há duas semanas, considerada ilegal pela Justiça.

Com a ajuda estatal, a empresa anunciou o início da operação em outubro de 2008, com o nome fantasia de AEIOU, prometendo tarifas mais baixas para atrair o público jovem, com o compromisso de chegar a um milhão de clientes em dois anos. Como foi previsto pelos técnicos, nada disso aconteceu.

Hoje, a empresa tem 20 000 assinantes, sua única loja foi fechada por falta de pagamento de aluguel e responde a mais de 30 processos por dívidas, que ultrapassam 20 milhões de reais. Mau negócio? Apesar da aparência, não. A grande tacada ainda está por vir.

O alvo do marido de Erenice é o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – uma invenção que vai consumir 14 bilhões de reais para universalizar o acesso a internet no Brasil. O grupo trabalha para “convencer” o governo a considerar que a concessão da Unicel é de utilidade pública para o projeto. Com isso, espera receber uma indenização. Valor calculado por técnicos do setor: se tudo der certo, a empresa sairá com 100 milhões de reais no bolso, limpinhos.

Dinheiro dos brasileiros honestos que trabalham e pagam impostos.

A participação da Casa Civil no episódio ultrapassa a intolerável fronteira das facilidades e da pressão política. Aqui, aparecem diretamente as promíscuas relações entre os negócios da família Guerra e os funcionários que, dentro da Presidência da República, deveriam zelar pelo bem público.

A Unicel contou, em especial, com os favores de Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, que comanda o PNBL. Antes de ocupar o cargo, Gabriel trabalhou por oito anos com os donos da Unicel. Mas isso é, como de costume, apenas uma coincidência – como também é coincidência o fato de ele ter sido indicado ao cargo pelo marido de Erenice.

“O marido da Erenice é um cara que admirava meu trabalho. Ela me disse que precisava de alguém para coordenar o PNBL”, diz Laender. E
completa: “O PNBL não contempla o uso da faixa da Unicel, mas ela pode operar a banda larga do governo se fizer adaptações técnicas” É um escárnio.

Camargo indicou o homem que pode resolver os problemas de sua empresa.
Procurado, o marido de Erenice não quis se pronunciar. Na Junta Comercial, o nome de Camargo aparece como sócio de uma empresa de mineração, que funciona em modesto escritório em Brasília. Um probleminha que pode chamar a atenção dos investigadores: a Unicel está registrada no mesmo endereço, que também era usado para receber empresários interessados em negócios com o governo. Certamente mais uma coincidência.

Com reportagem de Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Gustavo Ribeiro e Fernando Mello

Vincere: a Itália pré-fascista e o Brasil pré-Dilma

OPINIÃO DA LEITORA

Saiba por que assistir Vincere ou a Itália pré-fascista é o Brasil pré-Dilma.

Assisti o filme italiano de Marco Bellocchio, Vincere, sobre o ditador Mussolin. Percebi o perceptível desconforto, o peso, a evidência da identificação com o momento que vivemos no Brasil do governo do PT: parecia que havia um grito preso na garganta das pessoas. Nunca ouvi um silêncio gritando tão alto. Foi a sessão que encerrou o ciclo de filmes especiais no Bourbon, ontem, dia16, no Bourbon Ipiranga.A Itália de ontem é o Brasil de hoje. Quem ainda tinha dúvidas, desfez todas elas e saiu com a certeza de que temos o nosso Mussolini! Este filme, sim, deveria ser divulgado ao preço de R1,00, ou ser distribuído gratuitamente à classe trabalhadora e, não, o infeliz Filhos de Francisco. Eu fui como participante de um trabalho efetuado num grupo de estudos. Ganhei um ingresso para escolher qualquer um entre os filmes desse Ciclo do Bourbon. Escolhi Vincere e, realmente, fui muito feliz na escolha. Valeu o presente!
Inês Maria Fischer, Porto Alegre, Rs.

É sangrenta a disputa pela segunda vaga gaúcha para o Senado.

O Ibope, para quem acredita no Ibope, revela no jornal Zero Hora deste sábado que é sangrenta a disputa pela segunda vaga ao Senado. Veja os resultados:

Ana Amélia Lemos, PP, 47%
Rigotto, PMDB, 41%
Paulo Paim, PT, 41%.

. Rigotto, desde ontem, passou a usar seus horários de rádio e TV para defender para si o segundo voto de Paim e de Ana Amélia. Ana até pode fazer o mesmo, mas Paim está impedido de fazer o mesmo, já que tem companheira de chapa. O editor considera que Paim e o PT erraram na estratégia ao apresentarem chapa completa.

Saiba como o PT blinda Dilma nas entrevistas no Brasil

A nota no link é da Folha. Ela trata da blindagem que o PT faz sobre Dilma Roussef. Vocês devem ter notado que ela só fala atrás de um púlpito, micrones enfileirados à sua frente, do mesmo modo que falam os porta-vozes da Casa Branca. O recurso é escapista e o objetivo é estabelecer as seguintes regras para que a candidata fuja de perguntas indesejáveis: 1) só jornalistas escolhidos previamente podem fazer perguntas (Dilma prefere perguntas da Folha de Turismo ou do Jornal do Candomblé). 2) o número de perguntas é limitado. 3) os jornalistas não podem se aproximar da candidata.Até se compreendem limites como este no caso de chefes de Estado, mas no caso de uma candidata esta prática é autoritária, escapista e inaceitável.

. Acontece que Dilma Roussef está sob o fogo cruzado dos escândalos de corrupção, compadrio, formação de quadrilha, chantagem e nepotismo, que estouraram na Casa Civil, tudo sob a proteção da sua amiga Erenice Guerra, que ela indicou para o cargo. Os eventos ocorreram durante e depois da passagem da própria Dilma por ali.

LEIA ou copie para usar como endereço na Internet:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1809201009.htm

Caiu outro peão na Casa Civil. A Casa Civil virou um covil de malfeitorias no governo Lula.

Vocês imaginem como ficaria a situação política no RS, caso o Chefe da Casa Civil de Yeda ou o secretário de Governo de Fogaça, nomeassem seis parentes diretos para cargos no governo, ignorando a lei anti-nepotismo, mas além disto, nomeassem uma dúzia de dirigentes de estatais e auxiliares diretos, exclusivamente para intermediar negócios com o governo e com a prefeitura em troca de polpudas comissões, criando empresas-fantasmas e usando laranjas para firmar os contratos sociais. Pois foi o que fez a militante petista Erenice Guerra, sob as saias de Dilma Roussef, sua chefe até poucos dias atrás, porque no caso da Casa Civil, tudo ocorreu enquanto ela comandava tudo.

. Nesta sexta-feira, caiu o terceiro peão que usava a Casa Civil de Dilma Roussef para tungar dinheiro público nas barbas do próprio Lula, porque o gabinete de Erenice Guerra ficava ao lado do dele. Lula não viu nada, como não viu Valdomiro Diniz, ali, metendo a mão no dinheiro dos outros.

. Em Minas, Lula, ontem, criticou a oposição e a mídia, reclamando de exploração eleitoral, quando na verdade o caso é mais grave, já que se trata de limpar o mar de corrupção que grassa debaixo das suas barbas.

. O fato é que no caso da casa Civil, o filho de Erenice Guerra, israel, depois de passar pela Anac com seus amigos Stevan Kanezenic, Vinicius Costa e Marcelo Moreto (este é o único que ainda não caiu), levou-os para a Casa Civil, nomeados sob as ordens da própria Dilma Roussef, onde montaram a Capital Consultoria, empresa formada por sócios laranjas (eles não podiam aparecer). Com ela, sempre sob a aprovação e a participação da mama Erenice, intermediaram negócios, começando pela empresa aérea MTA, para a qual arrancaram vantagens indevidas junto a que repartição ? Justo na Anac, de onde vieram. A grande família da quadrilha inclui mais gente. Um deles é o ex-diretor dos Correios, Marco Antonio Oliveira, tio justamente de Vinicius, que denunciou o sobrinho: "Ele pegou minha irmã de laranja para sócia da Capital". Sonia Oliveira, enquanto o sobrinho enchia o bolso com as taxas de sucesso, continuava vendendo queijo no interior de Minas.
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