. A deputada Stela Farias e a RBS continuam liberando os áudios protegidos por segredo de justiça, segundo decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, e também do TRF da 4a. Região. Só os dois entes atrevem-se a tanto. É um jogo de cartas marcadas. Todos os demais jornais, rádios e TVs do Rio Grande do Sul são mantidos à margem da combinação. Ouça os áudios, no blog zerohora.com
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&uf=1&local=1&template=3948.dwt§ion=Blogs&post=244568&blog=218&coldir=1&topo=3951.dwt
. Trata-se de completo desprezo por decisão judicial e por um direito constitucional respeitado em todas as sociedades democráticas e civilizadas, mas OAB, Ajuris e sequer o TRF, adotam qualquer posição, o que quer dizer que não poderão fazer protesto de nenhum teor quando forem eles mesmos atacados por violação legal e constitucional de igual natureza. A imunidade parlamentar e o respeito ao sigilo de fonte não asseguram proteção em relação ao cometimento de crimes tipificados claramente no ordenamento jurídico do País. O que ocorre no RS é a reedição de uma inédita perseguição macartista.
. Nesta quinta-feira, cumprindo previsão do editor, os áudios apresentados no dia anterior por Stela foram reapresentados pela Rádio Gaúcha.
. Um dos áudios foi replicado pela enésima vez pela RBS e pela CPI. O objetivo é goebbeliano. Desta vez a RBS preferiu destacar o repórter Giovanne Grizoti para a tarefa. Grizoti é um repórter investigativo feroz, competente, furungador. Ele foi destacado para dar o ponta-pé inicial naquilo que se transformou Operação Solidária. A sequência para o desencadeamento da Operação Solidária foi o seguinte: 1) Grizoti veicula as denúncias sobre a merenda escolar na RBS, ao mesmo tempo em que uma denúncia anônima circunstanciada chega até a PF e ao MPF, ou antes da reportagem, não se sabendo ainda quem chegou antes. 2) O procurador Rinaldi, o mesmo do processo contra Yeda, move em seguida pedido de inquérito à Polícia Federal. 3) A Polícia Federal começa a investigação. No governo FHC muitas denúncias feitas contra membros do ministério, inclusive o ministro Eduardo Jorge, surgiram dessa forma.
. Os áudios que podem incomodar o senador Sérgio Zambiasi, o deputado Daniel Bordignon (PT), o governo Lula e a RBS, não são revelados ao distinto público. Saem apenas os grampos que possam desgastar o PSDB, o PP e o PMDB. É tudo pinçado. Coisa de cirurgião. As decisões da Justiça Federal são ignoradas, todo adversário vira réu, o contraditório vira via de mão única, a presunção de inocência deixa de valer e só o que interessa é o inquérito ilegal para a República do Galeão do RS. Uma espécie de reedição dos Julgamentos de Moscou. Quem é citado vira réu confesso: é indiciado, julgado, condenado e punido sumariamente. O objetivo é atingir os adversários do ministro Tarso Genro nas eleições do ano que vem. Isto está claro. Só não vê quem não quer. É um jogo que não acaba. Um vale tudo que só vale para um lado. É a oposição macartista, destrutiva, do gênero terra arrasada.
. O caso, desta vez, trata da nomeação de um desembargador pelo chamado quinto Constitucional. Essa norma garante a promotores de justiças e advogados ocuparem 20% das 140 cadeiras existentes na corte, no caso dos advogados, sempre que surge uma vaga, cabe a OAB indicar 6 nomes, que depois são submetidos a votação no órgão especial do próprio tribunal. Os três nomes mais votados no órgão, são submetidos a governadora que vai decidir quem vai ocupar o cargo de desembargador. Ao conversar com Yeda, o ex-prefeito de Canoas, pediu por Gelson Stocker.
. Ao reproduzir pela enésima vez a mesma coisa, a RBS voltou a ouvir Stocker, a quem colocou no banco dos réus, embora nem a conversa e sequer a nomeação tenham sido sequer ilegais, imorais ou anti-éticas. Sobre o aparente "escândalo": 1) consultar e ouvir é inerente da função pública do agente político quando precisa decidir e isto não apenas não é ilegal, imoral ou aético, como é desejável que aconteça. 2) nomear para os mais altos cargos da magistratura seus próprios aliados políticos, sempre que isto esteja amparado pela lei, não é estranhavel (Lula acaba de nomear o petista Toffoli; Sarney nomeou o ex-senador trabalhista Oscar Corrêa) e é até o comportamento mais ajustado.
- Aliás, Stela e a RBS poderiam também ter revelado o comentário do agente federal (abaixo) que promoveu o grampo, que ao analisar o que ouviu, redigiu de próprio punho um invulgar reconhecimento pela maneira “correta” com que a governadora ouviu o pedido.