O jornal Zero Hora desta quinta-feira publica levantamento que fez, no qual fica demonstrado que o atual governo só escolheu seis das 41 fundações, autarquias e empresas de economia mista.
. O governador José Sartori tem um estilo, inclusive
timing, que surpreende e irrita quem não está acostumado com ele, porque procura tomar pé de cada case, a partir de uma lista de prioridades que constrói, e a partir daí tenta encaixar a melhor opção que consegue, o que demanda mais tempo do que o comum e nunca foi regra em governos anteriores, que já vinham com tudo encaixado. Isto é muito comum na iniciativa privada, onde as melhores empresas fazem exatamente isto. No caso do governo, existem condicionantes que fogem ao controle completo do mandatário, porque dependem de acordos e composições políticas e sociais que numa empresa não precisam ser observados, mas cuja ignorância pode ser fatal pra ele. O governador até conseguiu arrancar um arremedo de diagnóstico da sua equipe de transição para ajudá-lo nas decisões, mas ele foi obtido a partir de informações truncadas, incompletas, mentirosas, fornecidas pelo governo Tarso, o que prejudicou algumas das conclusões mais importantes.
. O governo do RS é como uma grande e paquidérmica
holding, integrada por estruturas e organizações via de regras envelhecidas, enrijecidas, endividadas, desmotivadas, inchadas, desorganizadas e sem foco, que jamais passaram por um único planejamento estratégico, sequer as empresas estatais, porque se tivessem feito isto, metade do que aí está já teria voado para o espaço e a população estaria melhor servida.
. Há voluntarismo demais e planejamento de menos.
. Dezenas de anos de corporativismo extremado, por exemplo, produziram distorções que só poderão ser corrigidas por cirurgias não eletivas. É o caso do inexistente sistema previdenciário estatal estadual. Já existem mais servidores aposentados e recebendo pensões, e em muito maior valor, do que pessoal na ativa, sem que exista um sistema que garanta tudo isto, o que esgualepa os cofres públicos todos os meses. É da mão para a boca.
. Há casos ainda piores. Um deles é a dívida impagável com a União, cujos termos contratuais, desatualizados, cruéis, nãos e conformam sequer com as regras do mercado.
. Em qualquer organização razoavelmente inteligente, estatais como a Cesa já teriam sido liquidadas, casos como a da EGR nunca teriam sido criados, e estatais como a CEEE já teriam sido privatizadas.