Na semana passada, Marcelo Odebrecht afirmou que 4/5 das doações para a campanha presidencial de Dilma Rousseff foram feitas em caixa dois. Na acareação, ele será desafiado a provar que não tentou blindar Temer.
O ministro Herman Benjamin, do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidiu fazer uma inédita acareação na próxima
sexta-feira, às 16h, entre o ex-presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht, o
ex-diretor do departamento de propinas da empresa, Hilberto Mascarenhas, e o
ex-diretor de Relações Institucionais em Brasília Cláudio Melo Filho.
Nos depoimentos à Justiça Eleitoral, ocorreram três versões diferentes:
- Marcelo Odebrecht
confirmou que recebeu do presidente Michel Temer, durante um jantar no Palácio
do Jaburu, em maio de 2014, um pedido por doações eleitorais a campanhas do
PMDB, mas ponderou que o assunto foi tratado de “maneira genérica” e negou que
tenha acertado valores com o peemedebista
- Seu diretor, Cláudio Melo Filho
relatou que Temer e Odebrecht combinaram repasses
de 10 milhões de reais, divididos em 4 milhões de reais ao ministro licenciado
da Casa Civil, Eliseu Padilha, e seis milhões de reais à campanha de Paulo
Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo em 2014.
- Hilberto Mascarenhas afirmou em depoimento ao TSE que o
Departamento de Operações Estruturadas da empreiteira, onde eram organizados os
pagamentos de propina, desembolsou 3,39 bilhões de dólares em caixa dois a
campanhas entre 2006 e 2014, o equivalente a 10,5 bilhões de reais em valores
atualizados.