A foto é de Ricado Keuchgerian.
Está bem colocado que o ex-jornalista e atual presidente
da Interfarma foi realmente muito melhor governador do que todos os outros e
não tem por que deixar de dizer isto - ele não tem mais nenhum interesse político. Foi o
melhor governador do Rio Grande do Sul depois de Leonel Brizola em 58. Governou o governo, privatizou a área de telecomunicações de modo pioneiro no País e tentou
introduzir uma nova matriz na economia
gaúcha, industrializada por Brizola 1958, mas de lá para cá dependente dos
insumos do campo (indústria tradicional)e portanto precisando livrar-se disto
para ganhar autonomia (indústria
dinâmica) e marchar forte para a era da civilização pós-industrial. Tudo o que
ele tentou foi abandonado pelos governos atrasados que vieram a seguir, começando
por Olívio, que mandou embora Ford, TVR, International, Dell, Laminadora de
Aço, Good Year, só não fazendo isto com a GM porque ela já estava pronta. Isto também sinalizou o tipo de prioridade que os governos estaduais teriam dali para a frente - o da vanguarda do atraso. Até
agora o Estado depende das chuvas para obter safras boas e garantir PIB em
crescimento, o que explica as oscilações que sofre.
. O editor recomenda a entrevista concedida a Rosane Oliveira,
Zero Hora. Rosane e RBS, em fim de governo do PT, livra-se oportunisticamente
do fardo que se tornou o governo que apoiou, o do PT de Tarso, abrindo
novamente espaço para o ex-governador eleito pelo PMDB. Leia tudo:
Longe do Rio Grande do Sul há nove anos, sem filiação
partidária há 12, o ex-governador Antônio Britto é personagem em
todas as campanhas eleitorais e assunto nos debates sobre a situação das
finanças. Para os admiradores, foi o governador que teve coragem de fazer
mudanças profundas, com a venda de estatais e o corte de privilégios de servidores
públicos. Para os adversários, o homem que instituiu os pedágios, aprovou
aumentos salariais que não foram cumpridos e comprometeu o futuro do Estado ao
renegociar a dívida com a União em condições desfavoráveis. Presidente executivo da Interfarma, a Associação da
Indústria Farmacêutica de Pesquisa, Britto faz um trabalho político, mas se diz
aposentado da vida partidária. Nos últimos anos, o ex-governador se impôs um
voto de silêncio, quebrado apenas numa entrevista para um livro produzido pela
revista Voto. A cada pedido para tratar dos problemas do Rio Grande do Sul,
respondia que estava afastado da vida pública e que não lhe cabia opinar nem
responder às críticas dos antigos adversários a seu governo. Com a eleição de José Ivo Sartori e a discussão
sobre as dificuldades que vêm pela frente, concordou em falar. “Depois de muito
tempo, acho que a situação chegou a um ponto que não devo me omitir”, respondeu
Britto, por e-mail, a um pedido de entrevista.
. Dois dias depois, recebeu ZH em sua residência, num
condomínio fechado no Morumbi, um dos bairros mais nobres de São Paulo. É lá
que ele vive com a mulher, a advogada Luciana Maydana, e os trigêmeos Pedro,
Bernardo e Caetano, de 12 anos, todos gremistas como o pai, mas torcedores de
times diferentes em São Paulo.
. Durante duas horas, falou sobre a situação do Estado e
deu um conselho a Sartori: que escancare os números para que a população tenha
clareza das dificuldades.
CLIQUE AQUI para ler tudo.