Há dois meses já não há negociação em Brasília. Sartori não quer retomar viagens a Brasília, mas na sua equipe há quem pense diferente. Além dos ataques e críticas de Leite, Sartori também tem recebido ataques do novo secretário da Fazenda, Marco Cardoso.
Os ataques desferidos hoje pelo governador eleito Eduardo Leite contra o governador Ivo Sartori, tudo no âmbito do processo de adesão do governo estadual ao RRF dos Estados, azedou de vez as relações dele com o Piratini e com o MDB.
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Sartori e sua equipe fizeram pelo menos 34 viagens a Brasília nos últimos três anos, negociando a adesão ao acordo, estando na iminência de assinar um pré-acordo, um documento que não compromete nenhum dos dois lados, mas baliza os entendimentos finais para o contrato de adesão. Graças a isto, o ministro Marco Aurélio Melo concedeu liminar, suspendendo os pagamentos da dívida mensal com a União, mas somente até a assinatura do acordo.
Acontece que Sartori não se sente mais em condições de prosseguir os entendimentos com Brasília. Em termos duros, isto significa que as negociações foram encerradas com a STN.
Eduardo Leite é quem terá que recomeçar tudo.
Isto se Marco Aurélio não revogar sua liminar, o que obrigaria o Tesouro do Estado a pagar os meses atrasados (R$ 1,6 bilhão) e as parcelas mensais (R$ 400 milhões), sob o risco de ter sua arrecadação bloqueada, com consequências desastrosas para o novo governo.