A uma plateia de sindicalistas, ex-presidente disse que
mídia tradicional nunca quis eleições diretas para presidente da República; ao
abrir comemorações de 30 anos da CUT, em São Paulo, Lula defendeu uma mídia
própria dirigida pelos "do andar de baixo"; "Por que não
organizamos o nosso pensamento coletivo?", perguntou, sob aplausos; TV dos
Trabalhadores, da CUT, está recebendo novos investimentos; movimento, sem
dúvida, despertará mais críticas sobre chefe petista nos chamados jornalões
247 – Bem humorado e iniciando um discurso com
histórias para "aliviar a alma", o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez duras críticas à mídia tradicional durante evento de lançamento dos
30 anos da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nesta quarta-feira 27, em São
Paulo. Em sua avaliação, os movimentos sindicais precisam parar de reclamar por
não terem saído no jornal, nem ganhado destaque na mídia. "Esses
formadores de opinião pública defenderam a ditadura", disse Lula.
O ataque prosseguiu: "Essa gente nunca quis que
houvesse eleições, só publicaram os protestos da Diretas Já quando já havia 300
mil nas ruas, só publicaram quando já estávamos na rua", disse o
ex-presidente. Segundo ele, o ideal é que se formasse um pensamento coletivo em
relação à mídia, ao invés de cada um dizer o que pensa separadamente. Dessa
forma, seria criada a mídia dos "do andar de baixo".
"Por que a gente não começa a organizar a nossa
mídia? Ao invés de cada um ficar falando o que pensa, por que não organizamos
um pensamento coletivo? Nós podemos fazer isso", defendeu, num discurso
entrecortado por aplausos. Em mais uma provocação à imprensa, o petista disse
ainda que muitas vezes são realizados protestos da sociedade ignorados pelo
grandes jornais, mas que "quando é contra o governo, sai".