Eu vi os vídeos e as fotos das cenas de Bolsonaro levando Michelle para o Aeroporto de Brasília e depois, chorando, se despedindo da mulher que embarcou para Washington, onde participará como sua representante da posse do presidente Donald Trump.
Bolsonaro não chorou de saudade antecipada de Michelle.
Não foi isto.
Ele chorou por causa da maldade praticada pelo ministro Alexandre de Moraes e seus companheiros do STF, que o impediram de viajar, retendo seu passaporte, parecendo que a cassação será ad perpetuam rei memoriam, como dizem os advogados latinistas, ou seja, cassação para sempre.
Eu recebi vários casos de investigados e até de réus, inclusive no âmbito do próprio STF, que nunca foram impedidos de viajar para o exterior, já que o direito de ir e vir está consagrado na Constituição e só é vedado para quem está preso.
Em 2018, por exemplo, logo após ser condenado, veja bem: condenado em segunda instância no TRF-4, no caso do tríplex do Guarujá, Lula recebeu da justiça autorização para viajar à Adis Abeba, capital da Etiópia, para evento da FAO. Diante de pedidos de retenção do passaporte, seu então advogado e hoje ministro do STF, Cristiano Zanin Martins, afirmou: "Não há qualquer impedimento legal para que o ex-Presidente Lula faça uma viagem ao exterior”. Segundo Zanin, a Constituição garante ao cidadão o direito de ir e vir enquanto os recursos contra sua condenação não forem esgotados.
Jair Bolsonaro, sem antecedentes ou qualquer condenação na justiça, com seu passaporte retido preventivamente por Moraes, tudo por conta de um processo em andamento e não julgado.
Não vou me estender em exemplos.
Foi por causa desta perseguição política e não judicial, implacável, que Bolsonaro chorou.
Não foi por causa da viagem de Michelle.
A viagem de Michelle, aliás, é sacada de mestre. Quem não entendeu ainda, deve prestar atenção ao noticiário sobre a posse, a partir de segunda-feira.
Aliás, quero informar que na segunda-feira, a partir das 13h, estarei no programa +Brasil, junto com outros convidados e sob a condução do jornalista Júlio Ribeiro, para acompanhar a posse de Trump, que contará com a presença de Michelle e pelo menos 29 congressistas brasileiros, entrre os quais três gaúchos: Giovani Cherini, PL; Marcel van Hattem, Novo, e Mauríco Marcon, Podemos.
E Bolsonaro ?
Donald Trump influenciará, sim, decisivamente, para que Alexandre de Moraes e seus aliados do Governo Lula, baixem a bola, ou terão graves problemas, inclusive para ingressar nos Estados Unidos e até com investidas mais duras por parte do novo governo dos Estados Unidos. Irão parar numa galeria de alvos como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua.
Aliás, neste final de semana, o Wall Street Journal avisou isto que acabei de dizer.
Este acontecimento nos Estados Unidos não é o único ponto de virada favorável, para o futuro imediato de Bolsonaro.
Este caso do Pixgate, do vídeo de Nikolas Maduro, que já passou das 300 milhões de visualizações, mostra uma mudança dramaticamente importante do ponto de vista político e totalmente favorável à oposição, porque demonstra condições para a retomada de manifestações de massa em praça pública, condição sine qua non para que os congressistas cumpram com o seu dever e cortem o passo de Moraes e de Lula.
O povo está com raiva dessa gente cruel e se manifesta.
O instituto de pesquisa de opinião pública Quaest, só para encerrar, nesta sexta-feira, mostrou claramente o mau humor do povo brasileiro com essa gente, com ênfase os dias que antecederam o Pixgate e os dias que o sucederam:
Até 15 de janeiro, as manifestações anti-governo, portanto contra Lula e Moraes, mais seus aliados, correspondiam a 54%, contra 46% a favor, mas a partir do dia seguinte, dia 16, as manifestações anti-governo assumiram proporções de dimensões catastróficas para eles, já que as manifestações anti-governo subiram de 54% para 86%, contra apenas 14% das manifestações favoráveis.
São números devastadores.
O povo está com raiva dessa gente cruel e se manifesta.
É a hora da virada.
Eles estão assustados e temerosos.
E com razão.
Como disse Cesar às margens do Rubicão, antes de invadir Roma: Allea Jacta Est, ou seja, a sorte está lançada.