Secretário do Tesouro avisa que extensão do benefício fiscal arrombará as contas do governo

O ministro da Economia confirmou, agora há pouco, que o benefício será estendido por tres meses, mas não falou em valores.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que uma prorrogação do auxílio emergencial vai piorar o rombo nas contas públicas de 2020. "Todas as possibilidades de renovação dão um gasto adicional de R$ 100 bilhões, equivalente a 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto). Assim, se tiver renovação vamos a um déficit primário de R$ 850 bi, na casa dos 11,5% do PIB", disse ele em entrevista para a CNN Brasil.

"Temos que ver qual vai ser a prorrogação, se haverá, por quanto tempo e qual valor. Mas tudo isso implica em um déficit e dívida maior", completou o secretário.

Almeida deixará o cargo de secretário do Tesouro até o fim de julho.

Segundo Mansueto, é "quase certo" que o déficit primário do Brasil este ano será superior a 11% do PIB.

A última projeção oficial do Ministério da Economia é de que, com uma recessão econômica de 4,7%, o buraco fiscal das contas do setor público consolidado, que além do Governo Central, inclui estados e municípios, alcance R$ 708,7 bilhões em 2020, equivalente a 9,9% do PIB.