Artigo, Vinicius Torres Freire - A nova fritura de Levy

No Planalto, se afirma com óleo quente que ministro da Fazenda está mais isolado e desgastado

ESTÁ NOS JORNAIS e nos cafezinhos ruins de Brasília uma nova fritura de Joaquim Levy, queimado no óleo velho usado na reforma ministerial.

Por outro lado, a chapa econômica pode dar uma esfriada por algumas semanas. O calendário do impeachment pode ser atrasado. Há chance remota de que o governo consiga salvar parte do pacote fiscal. Talvez sobrevenham semanas de calmaria no mercado global e, pois, brasileiro: os emergentes ficaram baratos, a alta de juros nos EUA ficou pelo menos para dezembro, a China coloca esparadrapos em suas feridas.

Um ambiente menos empesteado daria um pouco de paz e tempo a Levy. Mas, a cada risco de calmaria, o governo liga o ventilador de tempestades. Vai à luta com o TCU, até no Supremo. Avisa que a guerra do impeachment será dura.

Guerra ou paz, vazam rumores da fritura de Levy.

Atribui-se a Lula o desejo de abater o ministro da Fazenda. Levy é detestado ou tolerado com desgosto no PT e no PMDB, pelo menos. Não fez mais amigos com as ideias de CPMF, de levar dinheiro do sistema "S" e de confiscar emendas parlamentares.

Alguns dos rumores tiram Levy da cadeira da Fazenda para colocar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central sob Lula. Atualmente, preside o conselho da J&F Investimentos, holding dos Batista, os Friboi, donos de um dos maiores conglomerados de alimentos do mundo.

Caso Meirelles fosse nomeado ministro da Fazenda, seria razoável concluir que Dilma Rousseff teria sido reduzida à figura da rainha da Inglaterra do museu de cera de Madame Tussauds. É sabido que a presidente não tolera Meirelles; é improvável que Meirelles aceitasse o emprego sem um pacote de benefícios bem definido –autonomia.

Supondo que a hipótese Meirelles não seja mero instrumento de fritura de Levy, ainda assim resta confusão. Apesar de ter baixado o tom, Lula tem reiterado a conversa de mudar o disco da economia, de substituir o samba monótono do ajuste fiscal pela balada da retomada econômica, talvez até por um pancadão com estímulos (créditos públicos para pequenas e médias empresas, por exemplo).

Meirelles tocaria essa música? No Banco Central, comandou uma gestão linha dura, enquanto Lula, por uns dois, três anos, falava de "milagre do crescimento". Quem sabe Lula, se regente menos que provisório, quisesse repetir a história, animando a torcida enquanto Meirelles seguisse a sua pauta, "ortodoxa", mas negociada com mais habilidade.

No papel, até parece crível. Porém, dado o estrago na economia, seria necessária habilidade sobrenatural para que uma pessoa apenas levasse o Congresso a colaborar com a arrumação das contas públicas, o nó da economia, da política e do conflito sociopolítico no curto prazo.

Levy, porém, está desgastado em quase todas as frentes. Ainda não deixou marca, embora tenha ambições sérias, goste-se ou não delas. Entregar um Orçamento menos esburacado para o ano que vem e alinhavar o projeto de alguma reforma, como algum ajuste na Previdência e nalguns outros gastos sociais, seriam um pacote mínimo de dever cumprido.


O fato é que governo quase inteiro e líderes do Congresso querem Levy fora, afora Dilma. Pelo tom de gente do Planalto, faltaria decidir nome e momento apropriados.

4 comentários:

Anônimo disse...

LEVY, trouxa, não lhe faltou aviso.

Anônimo disse...

Levy merece ser despedido pelo porteiro do ministerio. Esse idiota nao merece nada melhor.eh um idiota.

Anônimo disse...

Esse idiota deveria devolver o salario que recebeu. Tudo que ele fez , qualquer um faz. Aumentar impostos e conversar fiado, qualquer um faz.
rua pra ele.

Anônimo disse...

Identifico o anonimo que disse o que segue como um petralha que frequenta o blogue: evy merece ser despedido pelo porteiro do ministerio. Esse idiota nao merece nada melhor.eh um idiota.
Porque? Porque não embasa o que diz. Os petralhas são contra cortes de gastos, querem mais gastos, só não dizem de onde virá o dinheiro, porque não entendem de economia. Quando são contra, detonam, destroem personalidades, inventam, maldizem, etc. O grande erro de Levy foi não ser duro, aceitou alguns argumentos da anta, que não queria cortar nada. O meirelles, este sim, petralhas, não se metam com ele, ele vai cortar tudo o que voces gastam para obter simpatias eleitoreiras, como sustentar 50 milhões de vagabundos, com reajustes superiores aos aposentados, gastos com a militância em empregos dde CCs sem trabalho, cartões corporativos, diárias bilionárias, celulares, etc, etc, sem falar nos sobrepreços que geram pixulecolos. Duvido que o presidente de fato, o Brahama, consiga trazer o Meirelles, porque só virá com autonomia plena. Meirelles, o mão de tesoura.

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