Atos de exumação do cadáver de Jango transformam-se em espetáculo mórbido patrocinado pelos governos do PT

A ministra Maria do Rosário procura tirar o máximo proveito político dos atos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, PTB, que depois de retirado do jazigo da família em São Borja, amanhã, seguirá no avião presidencial para Brasília, onde receberá honras de chefe de Estado.O governador Tarso Genro irá a São Borja para a remoção do cadáver de Jango e Dilma receberá tudo no dia seguinte. Ambos são do PT, Partido que sempre rejeitou o ideário trabalhista e as memórias de Getúlio e Jango. PDT, PTB e PMDB do RS, herdeiros políticos e ideológicos do trabalhismo, foram alijados do espetáculo. 

. Alguns familiares – a maioria assiste tudo com discrição – dão cobertura aos eventos fúnebres.

. O corpo de Jango será examinado por peritos internacionais, que buscarão vestígios de possível envenenamento, porque o ex-presidente morreu no exílio e foi enterrado sem autópsia, uma vez que a própria família, inclusive a mulher, Maria Tereza, que estava ao seu lado quando ele faleceu, admitiram a ocorrência de infarto, já que o ex-presidente era doente cardíaco.

. Maria do Rosário, a ministra da secretaria dos Direitos Humanos, alijou o Ministério Público Federal e o MJDH do RS da condução dos atos de exumação e perícia, adonando-se de todas as ações. De lá para cá, tem promovido uma sequência de atos públicos, entrevistas e reuniões, todas de caráter político. Ela é candidata ao Senado, ano que vem, e sairá do governo dentro de dois meses para concorrer.

. Ao lado, o leitor poderá ler de que modo o governo do PT conduz o espetáculo, cujo caráter aproxima-se do nível de morbidez só desvendado de modo tão chocante quanto o que ocorreu na Venezuela com o cadáver de Hugo Chavez.

. A carta ao lado é assinada pela secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, pela secretária do Projeto Direito à memória e à Verdade, Jacqualine Silva.

. É na verdade uma carta-circular.

. O papel convida para a cerimônia do dia 14, 11h, em Brasília. Foi enviado preferencialmente para centenas de “representantes interessados na história do Brasil durante a ditadura militar”. Além disto, pede um mailing list com nomes e endereços eletrônicos para o envio de convites individuais.