Manuela, "Avião", e Fortunati, "Grandão", receberam R$ 300 mil cada um da Odebrecht.

Apenas a título exemplificativo, sem nenhum outro tipo de interesse, o editor consultou a prestação de contas de Manuela na disputa de 2012 e no TSE não existe lançamento de pagamento feito pela Odebrecht. Os maiores valores são do Itaú, Marcopolo, Taurus, Melnick e Gerdau, todos eles com menos de R$ 150 mil.

Poucos políticos gaúchos receberam codinomes para constar na lista da Odebrecht. Os mais vistosos são Manuela D'Ávila, PCdoB, que na disputa pela prefeitura de Porto Alegre recebeu R$ 300 mil, e Fábio Branco, derrotado na disputa municipal de Rio Grande, que ficou com R$ 25 mil.

Nas eleições de 2012, o atual prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que era tratado por Grandão pelo ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino Alencar, não aparece com codinome, mas também levou R$ 300 mil.

A lista foi colocada sob sigilo pelo juiz Sérgio Moro, mas tarde demais.

A relação dos políticos não significa que todos receberam propinas ou caixa 2, porque é preciso que cada nome e cada valor seja checado com as prestações de contas em poder da Justiça Eleitoral.

Nota do editor

Frederico Antunes recebeu e prestou conta
O deputado Frederico Antunes, que consta na Lista da Odebrecht, informou ao editor que os valores ali constantes correspondem ao que declarou à Justiça Eleitoral.

Vereador João Bosco Vaz, Porto Alegre, PDT

Bosco diz que prestou contas e suspende campanha pela reeleição

Em minha campanha a vereador em 2012 recebi doação de campanha da Brasken, subsidiária da Construtora Odebrecht, no valor de R$20 mil. Estes valores foram repassados pela empresa ao Diretório Municipal do PDT, que foi o responsável pelo pagamento do repasse a minha campanha, por intermédio de depósito em cheque no dia 12/09/2012, conforme prestação de contas ao TSE;

Em razão disto, até que haja um esclarecimento sobre o envolvimento de meu nome nesta operação, declaro que minha pré-candidatura à reeleição de vereador de Porto Alegre está suspensa.

Osmar Terra: "Valor corresponde ao que declarei"

O valor que consta nas planilhas apreendidas é compatível com a minha declaração na Justiça Eleitoral. A doação foi via PMDB e, por isso, a pequena diferença na declaração já que o partido fica com 5%. O importante é reafirmar que existem doações legítimas de campanha, que foi o meu caso. As doações privadas sempre foram uma anomalia do processo eleitoral. Felizmente teremos eleições sem doações privadas já no próximo pleito, decisão que contou inclusive com meu voto.

O editor registrará as manifestações de todos os citados.