Acaba hoje o terceiro aditivo ao
contrato de fornecimento de nafta firmado entre Braskem e Petrobras em 2009, e
que venceu em fevereiro de 2014. O comando da petroquímica tem mantido reunões seguidas com
o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, em Brasília, para tentar chegar a
um acordo de longo prazo de compra e venda da matéria-prima com a estatal.
A questão interessa de perto o RS, porque da resolução dependem investimentos previstos para o Pólo de Triunfo. Além do presidente da Braskem, Carlos Fadigas, e do ministro, participaram o diretor de abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos, e representantes dos governos do Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia, onde a petroquímica opera centrais a base de nafta
A
petroquímica informou que as negociações avançaram, porém ainda não houve um
acerto definitivo. Nesse contexto, e diante da proximidade do fim do mês, é
possível que as companhias recorram a um novo aditivo para garantir o
suprimento de matéria-prima nos próximos meses.
A Braskem e a Petrobras, que é a segunda maior acionista da companhia
controlada pela Odebrecht, discutem desde 2013 um novo acordo de compra e venda
de nafta, principal matéria-prima da companhia com consumo anual da ordem de 10
milhões de toneladas. A Braskem chegou a apresentar uma nova fórmula para
cálculo de preços, que incorpora também a referência americana de Mont Belvieu,
resultando em um intervalo de valor para a nafta de 90% a 110% da cotação ARA,
usada no mercado europeu. O contrato que venceu no ano passado previa variação
de 92,5% a 105% ARA. Historicamente, o preço da nafta equivale a cerca de 9
vezes o barril do Brent, que ontem fechou em US$ 43,14 na ICE future. No
entanto, diante da manutenção do impasse em torno dos preços do insumo, a
própria petroquímica passou a trabalhar com a possibilidade de que um novo
aditivo de seis meses seja assinado até segunda-feira.
O jornal Valor informou que de acordo com Otávio
Carvalho, diretor da consultoria MaxiQuim, especializada nas indústrias de
petróleo e gás, química e petroquímica, mais do que a recente desvalorização do
petróleo, a mudança estrutural nos preços internacionais do petróleo e o maior
grau de volatilidade das cotações externas da nafta podem dificultar ainda mais
as negociações. "Há muitas incertezas e o grau de volatilidade das
cotações atrapalha. O problema não é em que nível está o preço do petróleo ou o
da nafta", afirmou Carvalho. No início do ano, segundo estimativa da
MaxiQuim, o preço da matéria-prima no país estava em US$ 610 por tonelada -
após ter atingido US$ 940 por tonelada em julho de 2014. Neste mês, esse valor
já deve ter chegado a US$ 478 por tonelada. A tendência, segundo o
especialista, é a de manutenção da trajetória de queda, uma vez que os preços
do insumo no país refletem com três meses de atraso a variação da nafta ARA,
que já caiu abaixo de US$ 400 a tonelada na esteira do forte recuo do petróleo.
Historicamente, explicou Carvalho, o preço da nafta equivale a cerca de 9 vezes
o barril do óleo Brent, que ontem fechou em US$ 43,14 na ICE Futures em
Londres
3 comentários:
O problema é o preço da nota ....
No passado, como é óbvio que ninguém na Braskem tomava prejuízo, a diferença era paga na campanha. E agora, como fica?
OLHA ÚNICA COISA QUE RIO GRANDE ESPERA É UM GOVERNADOR COERENTE, MAS TÁ DIFÍCIL.
O problema é sempre o mesmo: empresarios poderosos ( Brasken/Marcelo Odebrecht) se utilizam dos politicos ($ PT $ e outros) para fazer pressão na estatal Petrobras vender Nafta com preço baixo. A produção e venda de Nafta poderia ser um negocio muito lucrativo para a Petrobras, mas ela vende TODA a produção de Nafta para apenas um comprador, no caso a Brasken, com um preço baixo para beneficiar a empresa que é amiga do poder (PT).
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