O boletim especializado em óleo e gás, Petronotícias, constata esta manhã que ao que tudo indica só um
milagre permitirá ue as plataformas P-75 e P-77 continuem a ser construídas em Rio Grande, o que na prática abalará consideravelmente as estruturas do Pólo Naval de Rio Grande.
Leia a análise e a notícia:
A decisão final da Petrobrás deverá ser oficializada na quarta-feira.
O prefeito da cidade de Rio Grande (RS), Alexandre Lindenmeyer (foto), reuniu
uma comitiva de políticos e empresários impactados pela paralisação das obras
nos canteiros do consórcio QGI, e se encontrou nesta segunda-feira com o
diretor de engenharia da Petrobrás, Roberto Moro, e o gerente executivo que
mais defende a exportação dos empregos brasileiros para a China, Marco Túlio
Machado. A comitiva tentou sensibilizar a empresa, mas deixou a cidade com
poucas esperanças. “Na prática, a corda está praticamente arrebentada, falta
muito pouco”, lamenta Lindenmeyer, ressaltando que ainda há a previsão de uma
nova reunião entre o consórcio e a estatal na quarta, mas reconhece que
dificilmente se chegará a um acordo.
“Nós reiteramos nossa manifestação com todos argumentos
justificando o quanto é importante para a cidade, para a indústria naval, para as empresas e os
fornecedores envolvidos, mas vemos que a probabilidade de serem mantidas em Rio
Grande é remota”, diz.
A decisão da Petrobrás dificilmente será mudada e deixa
mais uma vez uma grande interrogação no ar para toda a indústria de petróleo
nacional, que uma hora ouve a presidente do País defendendo a política de
conteúdo local, exaltando suas conquistas e suas bandeiras, mas algumas semanas
adiante vê a principal empresa do Brasil, controlada pelo Estado, fazendo
exatamente o contrário. Além de um presente para os chineses, é também uma
lição dos orientais, que passam por todos os cantos sem grandes discursos, mas
não param de conquistar projetos e empregos.
A relicitação das plataformas, além de acabar com
milhares de postos de trabalho no Brasil, vai gerar também um enorme prejuízo
para uma série de fornecedores, que assumiram compromissos, investiram em
capacitação e na entrega de bens e serviços, mas não verão o retorno do tempo e
do capital aplicado. Restam-lhes apenas o prejuízo e os lenços para enxugar as
lágrimas.
Fora isso, a própria Petrobrás terá não só um prejuízo
com os valores já repassados, mas também uma postergação de prazo bastante além
do que o esperado com a manutenção dos projetos no Rio Grande, já que terá que
começar tudo do zero.
Lindenmeyer destaca que a região contava com cerca de 20
mil empregos antes de ser afetada pela atual crise do setor de óleo e gás, mas
agora não chega nem a 9 mil, com poucas perspectivas de dar a volta por cima.
“As plataformas representariam uma reversão significativa
desse cenário, com uma previsão de gerar de 2.000 a 2.500 empregos diretos e
mais 2.000 a 2.500 indiretos. Além disso, havia três empresas predispostas a se
instalarem na cidade caso as plataformas fossem mantidas, o que geraria ainda
mais empregos”, diz.
O encontro incluiu, além do diretor Moro, o gerente
executivo da engenharia da Petrobrás, Marco Túlio Machado, mas não contou com a presença de
representantes do consórcio QGI, que estiveram com a comitiva numa outra
reunião, realizada mais tarde. Após se encontrar com os executivos do
consórcio, Lindemeyer teve a mesma impressão de que as coisas dificilmente
mudarão, mas ainda pretende se movimentar para que a reunião de quarta-feira
tenha algum resultado diferente do esperado.
“Entendemos que são relações bilaterais entre empresas,
mas há uma política de conteúdo nacional que acabará sendo impactada e uma
comunidade em que muitos se envolveram para se colocar na posição de
fornecedores de bens dessa cadeia produtiva. Então é um quadro que nos deixa
muito apreensivos, preocupados, porque o efeito que isso traz na comunidade, na
região e na própria política industrial para o setor naval é grave”, afirma.
A raiz do problema é a diferença que acontece entre o
projeto básico e o projeto definitivo, um problema repetido às dezenas. Há
meses o consórcio QGI vem alertando a Petrobrás sobre a necessidade de se
fazerem alguns ajustes e aditivos para que o projeto seja economicamente
viável. Há centenas de equipamentos já entregues por dezenas de empresas
fornecedoras que nada têm a ver com o processo e que estão sendo penalizadas
pela falta de entendimento entre a Estatal e o consórcio. Além do desemprego na
região, haverá a consequência da inadimplência com esses fornecedores de peças
e equipamentos, que já foram entregues e/ou encomendados e ainda não
quitados. Um outro problema que a estatal não quer saber e, até onde se sabe, vai simplesmente lavar as mãos
3 comentários:
Se saísse para os EUA diriam que o governo estava vendendo o país para os americanos. Já para a China, pode. Isto que nossa população não sabe ler em chinês para poder operar a plataforma.
Isto que dá acreditar em governo Petista. Como o povo adora o PT não pode nem chiar.
O PTrevas não venceu as eleições em 2014 na cidade de Rio Grande??? TOOOOOMAAAA!!!
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