Manifestação com 10 mil participantes implementa novo dia de tensão em Porto Alegre. 80 foram presos. As redes sociais estranham ação da Brigada nos protestos.

-  O ponto importante das manifestações de ontem a noite em Porto Alegre foi a disposição dos manifestantes de enfrentar os grupos organizados de delinquentes políticos e comuns. 80 bandidos foram presos, porque agiram criminosamente e tentaram desorganizar a manifestação. É o maior número de detenções feitas até hoje em Porto Alegre em protestos do gênero. O governo estadual gaúcho terá que dar muitas explicações nesta terça-feira, porque suas forças policiais foram acusadas de bloquear as ruas que levam ao Palácio Piratini, onde despacha o governador Tarso Genro, além de ter atacado a multidão para dividir os manifestantes em passeatas separadas. Pelo Facebook, denúncias assinadas revelaram que grupos de características para-militares entraram em conflito com os próprios manifestantes e implementaram ações de violência. A nota a seguir é do site Terra.

Policiais e manifestantes entraram em conflito na noite desta segunda-feira, em um novo protesto realizado em Porto Alegre. Após deixarem a frente da prefeitura da capital gaúcha por volta das 18h, o grupo retornava à sede do Executivo municipal, por volta das 20h30, quando manifestantes tentaram saquear uma loja de sapatos na região da Esquina Democrática.

. Após o conflito entre pessoas que tentavam saquear o comércio no local e manifestantes que tentavam evitar a ação, a polícia agiu e criou um cordão para isolar a área e dispersar a multidão.

. Após a ação da Brigada Militar, um grupo passou a tentar saquear outras lojas e a também vandalizar a região, enquanto a maior parte dos manifestantes se dispersou.

Empregados do comércio
reagem com nota

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre vem a público manifestar seu mais veemente repúdio às ações de vandalismo que têm atacado covardemente, e na calada da noite, as lojas do comércio da cidade, com ameaças à integridade física dos trabalhadores. Por outro, exigimos que o Governo do Estado mobilize contingentes suficientes da Brigada Militar para garantir a segurança em todo o percurso das manifestações, e não apenas em determinados espaços ou locais públicos ou privados.  É responsabilidade das autoridades zelar pela segurança pública, pelo patrimônio público e privado, de forma especial os pequenos empreendimentos, geradores de empregos em nossa capital, principalmente no comércio. Aproveitamos para esclarecer que nós trabalhadores temos compromisso com a democracia, que protestamos de cara limpa, sem as máscaras da impunidade, mas que também exigimos revisão da tabela do Imposto de Renda, Postos de Saúde abertos 24 horas, transporte de qualidade e reforma política.