Dilma chama seus pelegos do Movimento Passe Livre para dialogar com as massas que estão nas ruas do Brasil

Ao convidar o Movimento Passe Livre para uma reunião no Planalto, a presidente Dilma Roussef procurou o grupo mais organizado e visível das atuais manifestações de rua, mas também o único deles completamente aparelhado pelo PT, conforme o editor já demonstrou aqui inúmeras vezes. O registro “Passe Livre” pertence a uma entidade chamada Alquimídia e tem um responsável: Thiago Skárnio, que começou tudo em Florianópolis. A Alquimídia é financiada pelo governo Dilma: tem patrocínio do Ministério da Cultura, da Petrobras e pode captar recursos da Lei Rouanet. No seu blog diário, o jornalista Reinaldo Azevedo informa hoje que Skárnio pertence a grupos que querem “o controle social da mídia”. Ou por outra: ele quer dinheiro da Petrobras, do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet e quer também controlar o que os outros podem ou não noticiar. Eles não querem aparecer como aparelho do PT para poder manobrar politicamente sem levantar suspeitas. 

. Um dos vetores iniciais das atuais manifestações (o outro foi o grupo que iniciou protestos contra a Copa, em Brasília), o MPL viu esvaziadas e ultrapassadas suas consignas, tão logo os governadores e prefeitos reduziram as tarifas de ônibus. O MPL serviu de instrumento inicial para que o PT de São Paulo emparedasse o governador Geraldo Alckmin, desgastando-o e favorecendo o candidato do Partido no ano que vem. Na quinta-feira, ultrapassado pela movimentação de milhões de brasileiros que foram para as ruas, o MPL rendeu-se aos seus chefes do PT e do Palácio do Planalto, admitindo bandeiras dos Partidos de esquerda nos protestos de rua. Não foi ouvido. As bandeiras do PT, PSTU e CUT foram rasgadas e seus militantes foram expulsos. No dia seguinte, sexta-feira, o MPL acusou de fascistas os milhões de manifestantes e avisou que se retiraria das ruas. A reação emocional foi contida pelo PT e pelo Planalto, que mandou-se recuar, o que fizeram no sábado mesmo.

- Objeto da ira popular por causa de seus compromissos com a corrupção, o fisiologismo e a má gestão, PT e governos do PT tentam desesperadamente manter o status quo, o que fazem através de organizações aparelhadas apelegadas e via retórica dispersiva.