Arapongagem no Piratini: 1) promotor agenda nova data para denúncia. 2) juiz proíbe revelações à imprensa.

- O editor vinha cobrando a denúncia há duas semanas e já contou que não está mais na função o juiz que autorizou a prisão do sargento Rodrigues, o espetáculo midiático protagonizado em plena campanha eleitoral pelo promotor Amilcar Macedo ("invasão" do Palácio Piratini e constrangimento da própria governadora Yeda Crusius) e a revelação de nomes, situações e suspeitas sobre o caso. O novo juiz da 3a. Vara Criminal de Canoas, Fernando Hennig, proibiu novas revelações, não aceitou o pedido de quebra de segredo de justiça e parece disposto a resistir às pressões públicas da promotoria para que faça isto.


Já tem nova data a entrega da denúncia dos acusados no caso da arapongagem na Casa Militar do governo do RS: dia 7 de janeiro, sexta-feira da semana que vem. O promotor disse para a RBS que pediu ao juiz do caso a quebra do segredo de justiça, mas o juiz não concordou. Ele avisou que pedirá de novo a quebra do sigilo.

. As primeiras revelações sobre a arapongagem, acabaram desencadeando uma crise interna dentro da própria RBS, que admitiu ter usado os serviços do sargento Rodrigues, cuja prisão foi pedida por Amilcar Macedo. Ao admitir a relação, a RBS acabou revelando que 18 mil senhas de acesso iguais às usadas pelo sargento estão em poder de vários órgãos de inteligência policiais, militares e do próprio MPE. Não se conhecem os nomes de jornalistas e autoridades que usam o sistema de Consultas Integradas.

. Em sucessivas entrevistas, o representante do MPE em Canoas levantou estas principais suspeitas:

1) recebimento de propina por parte do sargento, inclusive a existência de um video "claro como o cinema", mostrando dinheiro sendo entregue por um contraventor, o denunciante, conhecido como Português. O video foi periciado e nada revelou - mas não foi exibido até agora. As ligações do contraventor, inclusive de parentescos, são inquietantes e comprometem suas denúncias.

2) o dinheiro poderia ter sido usado para campanha eleitoral dos tucanos.

3) a Casa Militar teria sido usada para espionagem política. O dr. Macedo já informou que pelo menos uma deputada, Stela Farias, foi seguida por um sargento da Brigada, cujo nome, relações e revelações talvez venham a ser conhecidos na denúncia, que é improvável, porque as investigações chegariam até nomes que “não podem” aparecer.