Buchmann expõe cruamente suas relações carnais com a RBS

Basta a citação de um nome na CPI do PT ou nos vazamentos das Operações Rodin e Solidária, para que a RBS abra generosos espaços e repercuta o episódio, ouvindo os citados (acusados) para que participem do jogo, mesmo que nada tenha sido provado e nem seja objeto da investigação ou do processo.

. É por isto notável que o jornal Zero Hora não tenha aberto espaço para que os jornalistas Rosane Oliveira, André Machado e Vivian Eichler expliquem melhor o que quis dizer o ex-presidente do Detran, Sérgio Buchmann, quando contou aos procuradores do MPE e MPF, como também ao delegado da PF, dia 15 de julho (o video foi exibido na CPI do PT, na íntegra):

- .... Fiquei umas três horas lá (no aquário da jornalista Rosane Oliveira, na redação do jornal), contei tudo e eles ficaram espantados. E a partir dali disseram que tem (ficar no cargo, espionando) que repicar aquela coisa do Detran e começaram a me apoiar. Assim, a partir daí, toda a nota que eu digo para ela (Rosane Oliveira) ela ainda me lê aquilo que vai sair no dia seguinte. Eu fico sabendo antes.

. Dá para imaginar a reação dos dois procuradores e do delegado da Polícia Federal, mas eles incentivaram Sérgio Buchmann a ir em frente. Ele não vacilou, contando mais vantagens:

- Mas o governo, em vez de me elogiar, porque o Detran ficou bem com a mídia, afastou-se de mim.

. O Código de Ética do jornal Zero Hora tem restrições ao tipo de reunião contado por Buchmann. É bem complicado saber em que ponto acabam os limites da atividade jornalística na cobertura de um caro momentoso como o da CPI do PT, mas o mínimo que se espera é que esses limites sejam os mesmos exigidos de terceiros.

. Durante a administração de Sérgio Buchmann, o Breve, a ordem era franquear a copa para a RBS. O editor tentou falar com ele por cinco vezes seguidas e em todas elas foi barrado no baile. O caso do editor foi a regra.

- Claro que Buchmann acabou falando cobras e lagartos da governadora Yeda Crusius, que era o que queriam saber a RBS, os procuradores e a PF, mas isto o próprio Buchmann acabará dizendo que foi apenas uma bravata que ele praticou, porque ao responder à interpelação feita por seu ex-chefe no governo, admitiu que até hoje não sabe se era verdade ou mentira o que contou.

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