Saída do Reino Unido da União Europeia traz aversão ao risco nos mercados internacionais

A reação dos mercados internacionais ao resultado final do referendo de ontem, que determinou a saída do país da União Europeia, está sendo intensa, segundo informou esta manhã a equipe de economistas do Bradesco, comandada por Octavio Barros. O editor recebeu cópia da análise, que coincide com o material que o editor publicou no início da manhã, enviado desde Londres.

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Na Ásia, as bolsas fecharam em forte baixa, com destaque para bolsa japonesa que caiu 7,5%. Já no mercado cambial todas as moedas se depreciaram frente ao dólar, exceto a moeda japonesa, que historicamente sempre foi tida como uma moeda segura de risco. No mercado de juros, os títulos do governo dos EUA registram forte queda em suas taxas ao passo que nos demais países emergentes e nos países periféricos da Europa, as taxas operam em alta. Em suma, neste momento, o comportamento dos mercados internacionais tem refletido o aumento da aversão ao risco devido à elevada incerteza quando aos impactos da saída do Reino Unido da União Europeia.

A decisão de saída do Reino Unido da União Europeia impacta negativamente os mercados nesta sexta-feira. As bolsas asiáticas encerraram o último pregão da semana em baixa, com destaque para a forte queda das ações japonesas. No mesmo sentido, os mercados na Europa apresentam forte contração neste momento, no que são seguidos pelos índices futuros norte-americanos.

O clima de maior aversão ao risco fortalece o dólar em relação às principais moedas, com exceção do iene, que registra intensa apreciação. Merece destaque o desempenho da libra nesta manhã, que atingiu seu menor patamar em 30 anos. Entre as commodities, os preços do petróleo recuam cerca de 5,0% neste momento. As principais agrícolas e as metálicas industriais também são cotadas no campo negativo, ainda que as quedas sejam menos bruscas. No Brasil, os principais ativos deverão acompanhar o movimento  do exterior, em dia de divulgação da nota do setor externo e dos dados de mercado de trabalho formal do Caged, referentes a maio.