O doleiro do petrolão afirmou, em delação premiada, que o
Palácio do Planalto sabia do esquema. Citou pelo menos três ex-ministros de
Dilma cujos nomes ouviu várias vezes nos momentos decisivos das operações
criminosas. Alberto Youssef disse também aceitar acareações com qualquer um. O
esquema bilionário que funcionou mais de década exatamente sob os governos do
PT, operado por diretores da Petrobras nomeados ou protegidos pelo grupo
político governante, chegou à sua hora da verdade. Ou o Brasil acredita que o
doleiro Youssef botou a República debaixo do braço e fez o governo inteiro
refém, ou o comando da quadrilha terá de aparecer.
Youssef afirmou, em seu depoimento à CPI da Petrobras em
Curitiba, que se sentia “”mais seguro” em suas operações criminosas por saber
que tinha a proteção do Palácio do Planalto. Marcos Valério não chegou a dizer
literalmente a mesma coisa, mas o julgamento do mensalão mostrou que ele também
era assegurado pelo Palácio – tanto que o então ministro-chefe da Casa Civil
acabou condenado e preso. Nos dois megaescândalos, dois tesoureiros do PT
presos, acusados de participar de desvios de dinheiro de estatais para o
partido. E o Brasil, chupando o dedo, não liga lé com cré e se recusa a
entender que esse é um padrão de governo.
Aliás, “a única forma de governar o Brasil” — como Lula
teria afirmado a José Mujica, ex-presidente do Uruguai. Os dois ex-presidentes
naturalmente negaram que se tratasse do reconhecimento do escândalo, mas o
livro que traz essa passagem é absolutamente claro ao contextualizá-la como
referência ao mensalão. Um dos autores do livro, Andrés Danza, declarou não ter
dúvidas de que assim a fala de Lula fora entendida por Mujica — com quem,
aliás, Danza tem excelente relação. Possivelmente o ex-presidente uruguaio,
chapa de Lula, achou que expondo a confissão de “”culpa” do colega brasileiro
em relação ao escândalo iria humanizá-lo. É um tipo de humanismo que passarinho
não bebe.
A tolerância do Brasil com os métodos escancarados do PT
beira o masoquismo. A pessoa em quem Dilma Rousseff mais investiu para ser seu
braço direito no governo chama-se Erenice Guerra, investigada em dois
escândalos de tráfico de influência dentro do Palácio — este que Youssef diz
que o fazia sentir-se seguro, o mesmo de onde foi engendrado o mensalão. É uma
vertiginosa sucessão de coincidências. Ou então o Brasil gosta de apanhar.
Gosta porque não se mexe. Está esperando a Justiça
capturar a quadrilha. E vai esperar sentado. A domesticação da corte máxima
dessa Justiça apresenta neste exato momento mais um capítulo circense – talvez
o de maior audiência, pelo que tem de bizarro. O país assiste à indicação de
mais um soldadinho petista para o Supremo Tribunal Federal – um simpatizante do
MST, para ter uma ideia do nível de aparelhamento a que está chegando a Justiça
brasileira, esta que a platéia está esperando pegar os chefes do bando. O novo
indicado por Dilma para o STF tem até site feito pela mesma pessoa que faz o do
PT, provando que a independência não livra ninguém dos sortilégios da
sincronicidade.
O Congresso Nacional teria a chance de devolver essa
carta marcada ao Planalto, reprovando a indicação de Luiz Edson Fachin ao
Supremo. Mas o Congresso é… o Congresso. E assim o país vai assistindo
candidamente ao adestramento das suas instituições pelos companheiros
progressistas, que conseguiram subjugar até as contas públicas — travestindo o
balanço governamental através da contabilidade criativa e das já famosas
pedaladas fiscais (tão famosas quanto impunes). Claro que a lavagem cerebral
companheira já chegou forte a escolas de todo o país — sendo que até colégios
militares andam sendo coagidos a ensinar o conto de fadas petista, coalhado de
ideologias exaltando as pobres vítimas do capitalismo que mandam no Brasil
(pelo visto, para sempre).
O Congresso Nacional está em cima do muro, o governo está
atrás do muro e o Supremo está atrás do governo. Só o povo, com ou sem panelas,
pode afrontar essa barricada no coração do Estado brasileiro e libertá-lo —
exigindo que a Lava Jato siga o dinheiro até o fim. E levando a investigação
até dentro desse Palácio que protege doleiros.
Um comentário:
Excelente artigo do Fiuza. O povo brasileiro dve se mobilizar cada vez mais para enquadrar o pt e dizer `a lula que ele deve ser responsabilizado, deve responder por sua participaçao e que nao queremos mais ele na presidencia. Muitas mentiras e jogo de sombras nos bastidores. Fora Lula, Dilma e o PT.
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