O jornal O Estado de S. Paulo vem promovendo sucessivos furos de reportagem, tudo por conta dos áudios das reuniões do Conselho de Administração da Petrobrás que o jornal transcreve com riqueza de detalhes. Ninguém sabe como é que o jornal conseguiu o material. A Petrobrás quer que o MPF identifique o vazamento.
Nesta reportagem de Fábio Fabrini, o áudio revela reunião do conselho de administração da
Petrobras que mostra que Graça Foster chamou de 'temerária' a gestão de Gabrielli;
ouça
Leia todo o material, porque vale a pena:
No encontro, cujo áudio foi obtido pelo Estado, o
colegiado discutia uma forma de estimar as perdas com a corrupção e o
superfaturamento de obras, descobertos na Operação Lava Jato. O objetivo era a
publicação do balanço contábil do terceiro trimestre da estatal. Em rota de
colisão com outros conselheiros, Graça defendeu a publicação de notas
explicativas que indicavam, naquele momento, a necessidade de baixar R$ 88
bilhões dos ativos da companhia. Dias depois, contrariada com a divulgação do
valor, a presidente Dilma Rousseff acertou com a executiva a renúncia dela e de
mais cinco diretores.
Na reunião, a então presidente da Petrobrás bateu boca
com a presidente da Caixa, Miriam Belchior, à época conselheira, por ter
comparado seus atos aos da diretoria às que deliberou sobre a compra da
Refinaria de Pasadena, nos EUA. A aquisição foi aprovada em 2006 pelo conselho
de administração e, segundo o TCU, gerou prejuízo de US$ 792 milhões.
À época, o colegiado era presidido pela então ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff. Em nota ao Estado, Dilma justificou que só aprovou
o negócio porque o resumo executivo apresentado pelo então diretor
Internacional, Nestor Cerveró, omitia cláusulas do negócio consideradas
prejudiciais.
Miriam reclamou que, a exemplo do que teria ocorrido
naquela época, Graça não levou à reunião de janeiro informações para o debate
sobre o balanço da estatal e que fora surpreendida por dados apresentados por
auditores da PwC.
"Assusta a gente a informação não ter vindo para a
mesa. Aí você se lembra de Pasadena", protestou Miriam. "Não nos
confunda com Pasadena. Não nos ofenda", protestou Graça, acrescentando:
"Se há dúvida, demita a diretoria".
Falhas. Na reunião, Graça afirmou que, quando assumiu a
função, pôs em curso um programa para resolver "uma série" de falhas
"que a empresa tinha, de coisas malfeitas", que ela não aceitava.
"Já tenho um monte de problemas decorrentes de gestão temerária de outros
colegas", disse, sem citar nomes.
Ao ouvir o lamento, um dos conselheiros reagiu: "A
presidente vai me desculpar. Em 2012, quando foi tirada a diretoria, a
diretoria não podia ter saído elogiada pelos bons serviços prestados. Os
serviços que prestou, a gente está vendo aí". "Isso passou",
rebateu Graça.
Graça foi indicada por Dilma em fevereiro de 2012 para
presidir a Petrobrás, em substituição a José Sérgio Gabrielli, que exercia o
cargo desde 2005. Dois meses após a troca, deixaram suas funções os então
diretores de Serviços, Renato Duque, e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa.
Os dois são agora acusados de participar do esquema de cartel e corrupção
investigado na Lava Jato.
Na ocasião, a estatal divulgou nota agradecendo aos
executivos, que também ascenderam aos cargos no governo Lula, "pelos
relevantes serviços prestados à Petrobrás". Além disso, ressaltou "a
liderança, a competência técnica e o elevado grau de profissionalismo e
dedicação no exercício do cargo".
Um comentário:
Com tudo isto empresas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Federal e o próprio Governo seguem gastando fortunas em patrocínios de todos os tipos e comerciais ilusórios do tipo engana bobos, que somos nós, que pagamos a conta. Esta corja deveria ser obrigada a devolver cada centavo que desviou, começando pelo 'Chefe', o Barba!
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