Em depoimentos de delação na Operação Lava Jato, que
investiga esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro Alberto Youssef apontou
que propinas em contratos da refinaria Abreu e Lima (Pernambuco) resultaram em
repasses a integrantes dos partidos PP, PSDB e PSB.
O doleiro indicou como beneficiários de parte dos
subornos o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, o deputado federal
Eduardo da Fonte (PP-PE), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB),
morto em agosto, e o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em março
passado.
O jornal Folha de S. Paulo de hoje, retomou o tema nesta terça-feira. Eis a reportagem completa, contando detalhes sobre a montagem da safadeza e como ela foi implementada (ao lado, arte também da Folha de hoje):
O jornal Folha de S. Paulo de hoje, retomou o tema nesta terça-feira. Eis a reportagem completa, contando detalhes sobre a montagem da safadeza e como ela foi implementada (ao lado, arte também da Folha de hoje):
Em um dos depoimentos, Youssef indicou que Nogueira e
Fonte receberam entre 2010 e 2011 parte da propina paga pela construtora
Queiroz Galvão em um contrato para implantação de tubovias em Abreu e Lima.
Segundo auditoria da Petrobras, em 2010 as construtoras
Queiroz Galvão e a Iesa assinaram contrato no valor de cerca de R$ 2,7 bilhões
para a implantação de tubovias na refinaria.
De acordo com o delator, o suborno foi negociado ainda
antes da assinatura do contrato, em uma reunião da qual participaram um
representante da Queiroz Galvão, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,
o então presidente do PP, José Janene, morto em 2010, o ex-assessor do PP João
Genu e Youssef.
No encontro realizado num hotel no Rio de Janeiro, o
grupo pressionou a Queiroz Galvão a fechar rapidamente o negócio e ameaçou
estimular a criação de uma CPI sobre a estatal, ideia aventada pela oposição à
época.
Após a reunião, a empreiteira fechou o contrato e parte
da propina foi paga em doações oficiais a candidatos, segundo o delator.
O pagamento do suborno em dinheiro foi coordenado por
Fernando Soares, o Baiano, também preso na Lava Jato, segundo o delator. Parte
da propina foi destinada a Youssef, que então a repassou a Nogueira e Fonte.
Na negociação, também ficou acertado que, do total da
propina, R$ 10 milhões seriam destinados a impedir a realização da CPI da
Petrobras, e um dos beneficiários desse dinheiro foi o ex-presidente do PSDB
Sérgio Guerra, disse Youssef.
O delator também afirmou que Eduardo Campos recebeu entre
2010 e 2011 R$ 10 milhões de propina paga em contrato do consórcio Conest,
formado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, em obras de unidades de Abreu e
Lima.
Segundo Youssef, Campos recebeu o repasse para não criar
dificuldades nas obras.
A Odebrecht ficou responsável pela propina, no valor de
R$ 30 milhões, e o total foi dividido entre Campos, Costa e o PP, disse o
doleiro.
O valor destinado a Campos teria sido entregue a um
emissário do ex-governador, no Recife.
3 comentários:
Políbio,
O Lulla montou um "esquema" monstruoso que, para funcionar bem, devia corromper todo o mundo.
É o que vemos numa "grande parte" da sociedade brasileira nos dias de hoje. Querem uma parte do butim.
JulioK
Todos devem ser julgados(com seriedade/honestida), condenados independente do partido. Pisou na bola, azar, leva algema!
Acho que irão condenar só o do PSDB que já não está neste mundo para se defender.
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