Mazoni fica no Serpro.

A reportagem a seguir é de Maurício Renner, jornalista do site Baguete, Porto Alegre, focado em assuntos de TI.

Há oito anos no comando da estatal federal de processamento de dados, Mazoni teria conseguido reverter a sua decisão e permanecer à frente da empresa.

Na semana passada, o portal brasiliense Convergência Digital revelou que Mazoni teria sido demitido por telefone, fato que não chegou a ser confirmado oficialmente pelo Serpro.

Mazoni permanece no comando, mas com um mandato enfraquecido para levar a cabo sua visão de expandir a atuação do Serpro para fora do Ministério da Fazenda, o seu feudo tradicional.

De acordo com o Convergência, as nomeações de Glória Guimarães,ex-diretora de TI do Banco do Brasil para diretora-superintendente e de Antonio Foschini, ex-diretor de logística do Banco do Brasil, para a diretoria de desenvolvimento sinalizam essa tendência. 

“Dependerá da sua capacidade de lidar com o problema, para a empresa não viver aos sobressaltos doravante. Do contrário, outras crises surgirão até que a sua credibilidade perante o Palácio do Planalto se desfaça”, avalia o Convergência.

Os problemas imediatos de Mazoni são dois. 

De acordo com o Convergência, que tem tido uma linha editorial favorável à gestão do gaúcho, ele está sendo vítima de fogo amigo interno do PT, em particular do ministro da Previdência, Carlos Gabas, interessado em colocar um protegido seu no cargo.

Esse fogo amigo teria o reforço do Ministério da Fazenda, que estaria interessado em enxugar custos na estatal. O projeto de liberalização das terceirizações ofereceria o marcado para transferir atribuições do Serpro para a iniciativa privada.

Outro problema são as ligações do Serpro com a Operação Lava-Jato, por meio da conexão de uma prestadora de serviços da empresa com o ex-secretário de comunicação do PT, André Vargas.

Segundo revelou o Correio Braziliense, a paranaense IT7, que entre 2010 e 2015 venceu licitações por um valor total de R$ 52,7 milhões na estatal, repassou R$ 2,3 milhões para empresas de fachada operadas por Vargas, que fez carreira política no Paraná, estado no qual Mazoni dirigiu a estatal de processamento de dados Celepar.


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