Entrevista: Mariza Abreu, ex-secretária da Educação do RS.

Foi o PT quem mudou. O Cpers continua o mesmo..

Quem mudou: o Cpers ou o PT ?
O PT. O Cpers é o mesmo: reivindica o impossível, defende posições atrasadas, desrespeita autoridades instituídas. E o PT, que utilizou o Cpers para fazer oposição aos governos do PMDB e do PSDB, hoje no governo critica o que antes apoiava e faz o que antes criticava.

A presidente do Cpers, Rejane Oliveira, é do PT, como boa parte da direção e filiados do sindicato. O que fará essa gente ?
Podem migrar para partidos mais radicais, como PSTU e PSOL, ou ficar sem filiação, como alguns atuais integrantes da diretoria do Cpers, eternos sindicalistas.

Qual a origem deste entrevero todo ?
Ocorreu perda do valor real dos salários dos professores a partir dos anos 70, o que explica o movimento sindical do magistério nos anos 70 e 80. Mas, à época, o Cpers era pluralista. A partir dos 90, o PT confundiu partido e sindicato. E estimulou essas posições atrasadas que o Cpers defende, como a "imexibilidade" de um plano de carreira hoje com 37 anos, e anterior à CF de 1988, LDB de 1996 etc. etc.

Que pontos propostos pelo governo do qual a senhora fez parte, foram assumidos pelo secretário José Clóvis de Azevedo, representante da DS, grupo de extrema esquerda, no governo do PT ?
No concurso público, adotou a aplicação de provas específicas, além de apenas provas gerais iguais para todos, e o concurso por Coordenadoria Regional de Educação, e não por Município. Na avaliação do magistério, adotou dois princípios: a formação continuada como eixo principal da progressão na carreira e resultados educacionais coletivos da escola como fator para a variação salarial. A partir daí, faz pouco e faz mal. Por exemplo: formação continuada só por freqüência, sem aproveitamento do professor, não contribui para melhor aprendizagem dos alunos. Resultado educacional da escola só como menor evasão é pouco, enquanto o Ideb do próprio MEC sintetiza aprovação e aprendizagem medida pela avaliação externa (Saeb e Prova Brasil). Parece que fazem para não fazer, ou não sabem fazer.


E-mail: abreu.mariza@gmail.com]

5 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns editor. É uma visão respeitável a da professora Marisa, mas seria interessante entrevistartambém outras lideranças que já militaram na entidade e tiveram papel de destaque. Não basta dizer que o sindicato é atrasado se não analisarmos as causas do atraso e como construir novos caminhos para a maior entidade de classe da América Latina. As diretorias passam e as instituições ficam. Obrigado

Anônimo disse...

Só acho que enquanto o CPERS for filiado à CUT e andar no pasto do PT não haverá condições de a sociedade se solidarizar com a categoria.

Além disso, enquanto os professores não se conscientizarem de que a sociedade só vai respeitá-los e valorizá-los ( e assim, apoiá-los na sua luta justa por melhores salários ) quando a educação for de melhor qualidade, o que, convenhamos, está muito longe de acontecer.

Na iniciativa privada é assim : primeiro se mostra as competências e a qualidade do trabalho, só depois se conquista vantagens.

Porque os professores se acham em condições de subverter essa lógica ???

Anônimo disse...

SIM, ouçamos ( SE POSSÍVEL ) todos os POLÍTICOS que se elegeram com o voto dos professores e que tiveram o poder em máos, para resolver em DEFINITIVO A PROMESSA a questáo salarial defasada desde 1970. Por exemplo: CARRION JR, HERMES ZANETTI, PAULO EGON, FELDMANN, e tantos outros que saíram da cadeira do CEPERS, para uma cadeira na ALERGS e para que respondam o QUE FOI FEITO (EM PODER), EM PROL DA DEFASAGEM SALARIAL DOS PROFESSORES ??!!

Aposto que a aposentadoria como ex-deputado, por certo náo defasou !!

NEM AS RPVs judiciais os professores receberáo mais, por conta das diferenças da LEI BRITTO !!

CEPERS ENGOLIU em seco O PACOTARSO !

Anônimo disse...

Pequenos reparos precisam ser feitos para que não se cometa injustiça. Carrion Jr, assessor econômico do CPERS,morreu fazem 11 anos, nunca careceu dos votos da categoria para se eleger tinha luz própria como economista e professor universitário. Paulo Egon nunca teve cargo eletivo nem me lembro se foi candidato alguma vez. Maria Augusta e Zanetti tiveram visibilidade no sindicato e depois correm em faixa própria. Depois deles ninguém mais se projetou ou se elegeu. Recentemente, Neiva Lazaroto PSOL, Denise Goulart PT fizeram míseros votos como um todo. A Cut investiu pesado na Juçara Dutra e a o resultado foi o mesmo, hoje ela tem uma boquinha no governo. O perfil ideológico do professorado como eleitor é difuso, muito diferente da diretoria.

Anônimo disse...

Gostaria de divulgar a todos a verdade sobre os recursos da educação. Chama-se FUNDEB e o RS arrecadou quase 3 bilhões em 2011, mas ninguém sabe como foram gastos pois não há prestação de contas escífica conforme prevê a lei e nem sabemos que faz parte do conselho de acompanhamento. Enquanto não discutirmos esse valores vamos continuar sendo enganados e manipulados pela ditadura branca que se instalou no RS. Pensem nisso.

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