O delator Milton Pascowitch prestou o primeiro depoimento
ao juiz Sérgio Moro desde que fechou a delação premiada, na Lava Jato. Foi ontem, em Curitiba. Ele
disse como pagava propina ao ex-ministro José Dirceu, que segundo o PT é o mais completo Herói do Povo Brasileiro.
Ele disse ao juiz Sérgio Moro que conheceu o ex-ministro José Dirceu em
2007. E que os dois tiveram muitos encontros para discussão de vários assuntos,
inclusive pagamento de propina.
Está tudo gravado em video (CLIQUE AQUI para ver e ouvir reportagem do JN de ontem):
Milton Pascowitch: Conheci o Zé Dirceu pessoalmente. A
partir daí os contatos eram feitos através de e-mail, diretamente com Zé
Dirceu, para discussão de alguma coisa na área política, alguma solicitação
especial.
Juiz Sergio Moro: E nesses contatos diretos que o senhor
teve com essas pessoas, esse assunto das comissões, das propinas era tratado?
Milton Pascowitch: De uma forma genérica, eram.
Milton Pascowitch é um dos 15 acusados de corrupção,
lavagem de dinheiro e organização criminosa na ação que também envolve José
Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari e o ex-diretor da Petrobras Renato
Duque. De acordo com procuradores da Lava Jato, Pascowitch usou a sua empresa
Jamp para repassar a José Dirceu propina obtida em contratos da Petrobras com a
construtora Engevix.
Milton Pascowitch: Isso era feito de uma forma, um
simples depósito na conta e depois esses depósitos foram contabilizados e
esmiuçados e foi feito, então, um contrato.
Juiz Sergio Moro: Tá, mas tinha recursos dele represados
do que?
Milton Pascowitch: Em função das comissões dos contratos
da Engevix.
Juiz Sergio Moro: Comissões dos contratos, propina então?
Milton Pascowitch: Propina.
Na denúncia do Ministério Público, Pascowitch é acusado
de usar a Jamp para comprar a sede da JD Consultoria para reformar um
apartamento do irmão de Dirceu, Luiz Eduardo, e uma outra casa do ex-ministro,
além de comprar um apartamento da filha dele, Camila. Na audiência Pascowitch
confirmou que a Jamp não ficaria com o último imóvel, mas com a prisão de
Dirceu, o negócio não foi feito.
Milton Pascowitch: Disse que eram R$ 500 mil. Não era do
valor de mercado, era um pouco acima do valor de mercado, mas fazia sentido
mesmo porque eu também tinha recursos dele mesmo para fazer isso que está aí e
nós fizemos a aquisição deste imóvel.
Juiz Sergio Moro: Isso estava muito claro nestas
transações que o imóvel não ficaria com a Jamp?
Milton Pascowitch: Ficava muito claro.
Sobre a sede da JD Consultoria, Pascowitch reafirmou que
fez um pagamento de R$ 387 mil para comprar um imóvel. O dinheiro, segundo
Pascowitch, também era propina de contratos da Petrobras.
Juiz Sergio Moro: O senhor chegou a comparecer neste imóvel?
Milton Pascowitch: Muitas vezes.
Juiz Sergio Moro: Era mesmo a sede da JD?
Milton Pascowitch: Era a sede da JD.
Juiz Sergio Moro: Encontrou o José Dirceu lá?
Milton Pascowitch: Muitas vezes.
A defesa de José Dirceu, da filha dele, Camila, e do irmão,
Luiz Eduardo, afirmou que o depoimento de Milton Pascowitch foi confuso - e que
as declarações precisam ser provadas, para que se faça qualquer acusação.
Um comentário:
Putz, mas que adevogadozinho fraco esse do zé dirceu. Dizer que o depoimento do pascowitch foi confuso é dose. Qualquer indivíduo com inteligência mediana consegue entender o que o meliante falou. O adevogadozinho deve ter assinado o protesto mentiroso redigido pelo "dr. kakay", portanto entende o que é "confuso".
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