Dólar pode chegar a R$ 5 no fim do ano se crise política se agravar

A jornalista Silvia Rosa, jornal Valor, informa hoje que diante de um cenário doméstico conturbado, que combina recessão, escândalos de corrupção, inflação alta, turbulência política e posição fiscal frágil, o real assumiu uma via de mão única e está pronto para acelerar o seu declínio em relação ao dólar. 

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O ambiente externo desfavorável para divisas emergentes também entra nesse molho e a moeda brasileira tende a ser uma das mais penalizadas pelos investidores. O diagnóstico é do diretor de estratégia para mercados emergentes do Société Générale, Bernd Berg, que previu, no início de agosto, que o dólar chegaria a R$ 4.
Agora, após superar essa marca, ele calcula que a moeda americana atingirá os R$ 4,40 nas próximas quatro semanas e não descarta que bata os R$ 5,00 até o fim do ano se a situação política se agravar. A sua aposta tática é claramente contra o real.
"Reitero a posição comprada em dólar/real, mirando uma alta [do dólar] para R$ 4,40 ao longo das próximas quatro semanas. Em um cenário extremo, com a crise política fora de controle, eu vejo a possibilidade do dólar ultrapassar o nível de R$ 5,00 até o fim do ano", disse em entrevista ao Valor por e-mail.
Para Berg, o Brasil atravessa uma crise econômica e de confiança graves e ele já põe na conta um novo rebaixamento da classificação de risco soberano pela Fitch ou Moody´s neste ano, depois de a Standard & Poor´s ter tirado o selo de grau de investimento do país. "Vemos grandes saídas de capital de investidores internacionais que não têm mais confiança no governo. A moeda está em queda livre e um rebaixamento adicional iria intensificar o declínio", afirma.
O principal risco para a moeda brasileira, segundo Berg, é o país entrar em um beco sem saída e de longa duração na atual briga entre Congresso e Executivo. "O Brasil estaria paralisado pela política. Na minha visão, qualquer extensão da incerteza e um impasse político de longa duração, com a presidente Dilma Rousseff tentando se manter no poder enquanto os pedidos para um impeachment pela oposição se intensificam no Congresso, seriam o pior caso para o país."
O país, segundo o estrategista, precisa de uma rápida mudança de direção, privilegiando reformas estruturais, como na área de infraestrutura, saúde, educação e redução da burocracia para retomar taxas de crescimento sustentáveis. "Nos últimos anos, o governo do Brasil apenas contou com a sorte de lucrar com altos preços das commodities globais e com o boom da China. Agora, o mundo está mudando e isso é a chave para trazer a economia interna de volta aos trilhos por meio da implementação de reformas estruturais."
Além dos problemas locais, o ambiente externo também é desfavorável para os emergentes. A alta dos juros nos Estados Unidos no radar, a desaceleração da China e o fraco crescimento das economias emergentes têm promovido fortes saída de capitais desses mercados.
Nesse ambiente, o estrategista do Société vê o real como a moeda mais vulnerável no atual revés dos emergentes, que ele classifica com uma das piores turbulências desde a quebra do Lehman Brothers e a crise cambial asiática. "A tormenta global nas moedas emergentes não acabou e vai voltar a se intensificar durante as próximas semanas com uma volatilidade significativa e importantes declínios em moedas emergentes ´high yield´ [de alto retorno]", diz.
Berg destaca que países que têm um déficit em conta corrente considerável e dependem de capital de curto prazo (América Latina em geral e, em particular, Brasil, África do Sul e Turquia) são os mais vulneráveis. "No curto prazo, a crise atual das moedas emergentes poderia até mesmo piorar à medida que avançamos em direção à alta de juros nos Estados Unidos", diz.
Para ele, o Fed pode começar a subir as taxas de juros em dezembro. "O crescimento global é o pior em anos e estamos perante uma grave crise dos mercados emergentes que poderia arrastar o crescimento ainda mais para baixo nas próximas semanas e fazer uma previsão sobre o próximo movimento do Fed é muito difícil", afirma.
Assim, ele espera que a volatilidade das moedas emergentes ´high yield´ aumente. Na carteira tática do banco, ele recomenda vender peso chileno, real, peso mexicano, rand sul-africano e novo shekel israelense, que estão caindo em relação ao dólar

Um comentário:

EXORCISTA disse...

NON ÉKSSISTE! NON ÉKSSISTE! DIRIA O PADRE QUEVEDO

DIGA A ELA ESTUDAR MAIS, VAI A 5,00 EM 30 DIAS.

ORA,ORA QUE CALCULO ELA FEZ SE A ALTA A PARTIR DESTE PATAMAR TEM COMPONENTE PARALÓGICO E EMOCIONAL, QUE EQUAÇÃO ELA EMPREGOU?

PEÇA UMA VAGA PARA DUNGA, PARA CHUTAR PENALTE!COMO CHUTAM,COMO CHUTAM, DELFIM SEMPRE DIZ

:-A IGNORÂNCIA DÁ UMA CORAGEM!

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