Vantagens ocultas e cruzamentos possíveis, desvendam surpreendentes e inacreditáveis salários no andar de cima dos Poderes do RS

As listas de salários publicadas pelo governo estadual fornecem boas pistas, mas nem sempre permitem que o leitor conheça o total do que cada um recebe. É o caso do conselheiro do TCE, Algir Lorenzon, que de acordo com as listas, percebe R$ 34 mil pelo TCE e R$ 19 mil pela Assembléia, como deputado aposentado, mas nos totais, não são computados outros R$ 10 mil que ele percebe a título de auxílio moradia e abono por tempo de serviço. Lorenzon, influente ex-deputado do MDB e mais influente membro do TCE, tem um filho, Mariano, lotado como CC na Unidade de Licitações do Ministério Público Estadual, recebendo R$ 12.139,29 mensais. - 

Quando o leitor examina as listas de salários dos servidores públicos gaúchos de todos os Poderes, nem sempre busca somar vantagens ali não descritas e, além disto, cruzar os dados, para somar as diversas fontes de remuneração, porque quando faz isto, as surpresas começam a aparecer em grande número.

Existem casos em que é possível somar salários federais de diversas fontes a salários estaduais de também diversas fontes.

Isto não é incomum.

O dinheiro é um só, porque é do cidadão contribuinte, mas os servidores graduados sabem como tirar proveito do que a lei estabelece, via de regra elaborada por eles mesmos.

A lista disponibilizada esta semana pelo Executivo, acabou revelando muitas surpresas, a mais recente das quais foi o cruzamento que repórteres do jornal Zero Hora fizeram com o que recebem ex-deputados estaduais beneficiados com aposentadorias do antigo Fundo de Aposentadoria, mais salários dos mesmos servidores em outros órgãos, como Ministério Público Estadual e TCE. Os casos do TCE são mais abundantes, porque nele assentam-se inúmeros deputados estaduais.

O editor cruzou nomes locais com remunerações diferentes em órgãos estaduais, mas também com aposentadorias na Câmara dos Deputados.