Os executivos Dalton Avancini e Eduardo Leite, da
empreiteira Camargo Corrêa, confirmaram nesta segunda-feira ao juiz Sérgio
Moro, na 13ª Vara Federal em Curitiba (PR), que a construtora fez pagamentos
milionários de propina em diretorias da Petrobras e disseram que o então
tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu dinheiro sujo do esquema a partir de
contratos fraudados envolvendo as refinarias de Paulínia (SP) e Presidente
Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR). Os dois empresários fizeram acordos
de delação premiada e foram as primeiras testemunhas de acusação envolvendo o
processo a que Vaccari, o ex-diretor Renato Duque e outras dezoito pessoas
respondem por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.
Avancini e Leite, conhecido pelos criminosos como
"Leitoso", confirmaram ao juiz Moro que foram pagos, ao longo de seis
anos pela Camargo Corrêa, 110 milhões de reais em propinas na Petrobras para os
ex-diretores de Serviços, Renato Duque, e de Abastecimento, Paulo Roberto
Costa.
Em sua delação premiada, Eduardo Leite confirmou que "entre 2007 e
2012 a construtora pagou 110 milhões de reais em propinas, sendo 63 milhões de
reais para a Diretoria de Serviços e 47 milhões de reais para a Diretoria de
Abastecimento". Os delegados que atuam na Operação Lava Jato receberam do
delator uma planilha com os valores da propina.
Nos depoimentos desta segunda-feira, os dois executivos
da Camargo Corrêa confirmaram que Vaccari intermediou doações de empresas
investigadas que, na verdade, eram dinheiro do propinoduto da Petrobras. Foram
24 repasses de empreiteiras, em dezoito meses, no período de 2008 a 2010. No
depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, Eduardo Leite informou ter sido
procurado por Vaccari por volta de 2010 com pedido de doação de 10 milhões de
reais e, na mesma ocasião, confirmou que "tinha conhecimento, por meio da
Área de Serviços da Petrobras, que a Camargo Corrêa estava atrasada no
pagamento das propinas relativas a contratos".
O dinheiro do esquema criminoso de Vaccari acabou em
contas de campanha de políticos do PT por meio de doações eleitorais. Na Repar,
os executivos da Camargo Corrêa confirmaram o pagamento de propina em espécie e
em contas no exterior para a Diretoria de Serviços, na época comandada por
Renato Duque, executivo ligado ao PT e que chegou ao cargo após indicação do
ex-ministro mensaleiro José Dirceu. Parte do dinheiro acabou nas mãos de
Vaccari.
Na Repar, o doleiro Alberto Youssef, que atuava no
petrolão como o operador para o Partido Progressista (PP), intermediou o
repasse de propina para a diretoria de Paulo Roberto Costa. Os valores foram
forjados por contratos simulados entre as empreiteiras e depois remetidos a
empresas Rigidez, MO Consultoria e RCI Software, todas de fachada e controladas
por Youssef. Segundo os delatores da empreiteira, Renato Duque recebeu propina
em dinheiro vivo, em depósitos no exterior e por meio do então tesoureiro do
PT, lavados meio de doações registradas na Justiça Eleitoral.
O empresário da Setal Óleo e Gás (SOG) Augusto Ribeiro
Mendonça, que também celebrou um acordo de delação premiada, já havia declarado
que as doações foram feitas depois de pedido expresso de Renato Duque e que os
valores fariam parte do "acerto de propina" com a diretoria de
Serviços.
No caso da refinaria de Paulínia, o Clube do Bilhão
fraudou a licitação, em 2007, simulando uma concorrência entre o consórcio
coordenado pela Camargo Corrêa (e formado pelas empresas Setal, Mendes Junior e
MPE), a UTC Engenharia e a Andrade Gutierrez, embora o acerto e o recolhimento
de propina já tivessem sido arranjados previamente. Para os investigadores,
como as empreiteiras combinaram a fraude nos contratos, "os demais apenas
deram cobertura a ele para conferir à licitação aparência de
regularidade"..
7 comentários:
Será que precisa algo mais pra começar abrir a porta da cadeia ?????
E VEM AÍ UM NOVO AUMENTO PARA TODO O JUDICIÁRIO. É BEM ASSIM QUE OS MALFEITORES DO PAÍS FAZEM PARA SE SAFAR.
Quem garante que os políticos do PT aplicaram o dinheiro em eleições.
Será que parte do dinheiro ou todo o dinheiro não foi parar nos bolsos dos petistas?
Como se pode comentar uma coisa horrível desta, é muito dinheiro..! E estou ouvindo noticias hoje, que o governo fará mais corte de ajustes da economia. Como pagaremos o que esses corruptos fizeram com nosso Brazil. Gente por favor, nunca mais vote neste povo, se não, o Brasil acabará.
Noblat vê Richa acuado e cobra coerência do PSDB:
Colunista Ricardo Noblat questiona o ‘silêncio’ do PSDB nacional sobre a denúncia do auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que revelou em depoimento que a campanha de reeleição de Richa, recebeu R$ 2 milhões de esquema de corrupção na Receita Estadual: “O PSDB nacional nada disse até aqui. Permanece em silêncio obsequioso desde o espancamento dos professores em abril passado. Para ser coerente, poderia estudar se caberia pedir o impeachment de Richa.....
kkkkk. Parece que falta coerência ao editor e seus seguidores asseclas. Ops. Eles são do PSDB, se enquadram no primeiro item, ou seja, são tucanos.
Com um depoimento desses já é o suficiente para deixar o Vacari na cadeia e fazer o impeachment da petralha Dilma!
A estratégia do juiz Moro é a seguinte para os "operadores" Renato Duque, Vaccari, Serveró e Cia.:
- primeiro: os prende e deixa-os de molho na prisão por algum tempo para uma "reflexão" sobre seus atos
- segundo: ouve as confissões dos delatores. É o que está fazendo no momento.
- terceiro: chamará os operadores e os confrontará com as provas confirmadas obtidas através das delações.
Restará aos "coitados" apenas dizerem AMÉN, porque a esta altura não terão nada mais a acrescentar.
O próximo passo será declará-los réus, julgá-los e imputar-lhes uma pena à altura dos seus crimes. BOA ESTADIA NO XILINDRÓ, de preferência a pão e água, para expiarem seus crimes. Ah, antes terão que devolver tudo que roubaram.
Isto, certamente desestimulará os atrevidos de plantão a cometerem novos roubos, assim espero!
Postar um comentário