Para a jornalista Eliane Cantanhêde, o
protesto marcado para o dia 15 de março deve ocorrer “sob a dinâmica de junho
de 2013”, que levou quase 2 milhões de brasileiros às ruas.
‘O que talvez os dos dois lados não estejam entendendo é
que, desta vez, não se trata de PT versus PSDB. As manifestações não são de
partidos, de governo ou de oposição. São contra eles’; segundo ela, o momento é
grave, diante das revelações da operação Lava Jato e de uma oposição
‘desautorizando o “Fora, Dilma”. E ironizando o “Foi o FHC”’
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Crise do fim do mundo
O 15 de março vem aí, com péssimas condições de tempo e
temperatura, o governo fazendo barbeiragens e a oposição instigando as
manifestações, mas desautorizando o “Fora, Dilma”. E ironizando o “Foi o FHC”.
Na economia, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, acerta
ao entregar um superávit de R$ 21 bilhões em janeiro, mas erra feio ao criticar
e chamar de “brincadeira” as desonerações feitas pela chefe Dilma Rousseff no
primeiro mandato. Não se cutuca a onça com vara curta.
E... o aumento de até 150% nos impostos da indústria vem
numa hora de pânico do setor produtivo e não é nada promissor para crescimento,
inflação e empregos, que já começam a tremelicar.
Na política, as ameaças ao procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. Entraram na casa dele e isso virou justificativa para seu
encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um mês depois,
justamente às vésperas do anúncio da lista de políticos do PT e do PMDB na Lava
Jato. Pior: em 48 horas, o procurador desiste da denúncia de políticos e segue
pelo desvio de abrir inquérito. Leia-se: jogar tudo para as calendas.
Janot pode estar enveredando pelo pior dos caminhos:
aquele que estanca um basta na corrupção sistêmica, dá na impunidade dos
responsáveis pela maior roubalheira descoberta na República e, atenção, pode
respingar na sua própria biografia.
Já o ministro da Justiça se encontra com o advogado da
UTC, por acaso, ali na porta ao lado do seu gabinete, diz “Oi!, como está
você?” E vira as costas. Também recebe a turma da Odebrecht e registra em ata
que vai ver direitinho como foi o pedido de dados na Suíça, o que pode resultar
em anulação de provas contra as empreiteiras. Depois se reúne com o procurador
à noite, numa semana decisiva, para discutir um arrombamento desses que ocorrem
às centenas, ou milhares, por dia.
Enquanto a política econômica dá um cavalo de pau, as
versões do governo para sua ação na Lava Jato parecem sem pé nem cabeça e a
sociedade se move, as investigações do esquemão na Petrobras avançam. Só não se
sabe para onde.
Já eram esperadas as delações premiadas de dois
executivos da Camargo Corrêa, o presidente, Dalton Avancini, e o vice, Eduardo
Leite (em choque com a própria companhia), que devem reforçar a tese de cartel
contra a de esquema político para eternizar o PT no poder.
É o que o governo quer, mas não o que interessa à
Odebrecht, onde habitam os maiores amigos de Lula e Dilma no setor. A empresa é
a única que não tem nenhum executivo na cadeia e ficou fora da lista que vai
pagar multa de R$ 4,5 bilhões, porque seus meandros de financiamento de
campanha são muito mais complexos, não se encaixam nas investigações. Mas, se
prevalecer a confissão conjunta de “cartel”, ela entra na dança.
É mais um choque de interesses, mas o foco continua sendo
no grande personagem das investigações: Ricardo Pessoa, o homem bomba da UTC.
Tudo depende agora do fator emocional. Digamos, portanto, que é uma questão de
tempo.
Tem-se, assim, que a economia está como está, os ajustes
são amargos num momento já de tanta amargura, o PMDB acaba de ir à TV se
descolando do governo, cresce a sensação de que o procurador-geral está nas
mãos de Dilma e Cardozo e o desfecho da Lava Jato é incerto, depois de tantas
revelações escabrosas.
Pois é... e o 15 de março vem aí. Fernando Henrique
Cardoso reuniu seus generais na sexta e o recado é: manifestações, sim; incitar
o impeachment, não. Lula também reuniu sua tropa e avisou: se necessário, põe
nas ruas a “tropa do Stédile” (ou seja, MST e movimentos sociais). O que talvez
os dos dois lados não estejam entendendo é que, desta vez, não se trata de PT
versus PSDB. O momento é grave, a situação é complexa e a dinâmica é a de junho
de 2013. As manifestações não são de partidos, de governo ou de oposição. São
contra eles.
2 comentários:
Estamos muito longe ainda. Tem que parar os ônibus nas cidades, inter-municipais e inter-estaduais. Ficaremos sem transporte, mas pega-se o LULA e seu exército de araque comandado pelo General Stédile
E esta Força Nacional, que na verdade é um exército BOLIVARIANO a serviço do PT, tem que ser extinta, pelo Exército Nacional.
Esse é o tipo de artigo que mais atrai a ira dos petralhas fedorentos que comentam aqui. Dou 1 hora para aquela gente inútil começar a despejar suas asneiras aqui.
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