A entrevista do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, publicada ontem pelo jornal O Estado de S.paulo, deixou a bancada do governo em situação embaraçosa e prejudicou o esforço do Palácio do Planalto em evitar - ou adiar - a instalação da CPI, criada pelo Senado, para investigar irregularidades na estatal.
. Senadores do governo e da oposição ouvidos ontem concordaram que Gabrielli foi inábil e mostrou uma arrogância que prejudica a estratégia de negociação dos governistas na hora mais crucial. No trecho mais forte da entrevista, o presidente da Petrobrás disse que, na falta de fatos determinados para investigar, senadores estariam apelando para "fatos artificiais" armados em combinação com a imprensa, ou a "coscuvilhices" (mexericos). A seguir fez uma ameaça velada: "Estamos preparados para um vale-tudo". E acrescentou: "O ataque também faz parte da defesa".
. A reação veio rápida. "Essa arrogância do Gabrielli esconde medo", disse o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Líder do PTB e vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (DF), um dos articuladores do movimento para barrar a CPI, ficou desconsolado com a entrevista. "Não vejo necessidade em bater no Congresso. Não vejo parlamentares com intenção de detonar a Petrobrás", observou.
Um comentário:
Um baiano, rodando a baiana... Arno Edgar Kaplan
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