Principais projeções, para pior, da Confederação Nacional da Indústria:
PIB, menos 0,4%/ PIB industrial, menos 3,5%/ Consumo das famílias, mais 0,7%/ Formação bruta de capital, menos 9%/ Taxa de desemprego no ano, 8,9%/ Inflação, 4,2%/ Taxa nominal de juros, 10,15%/Exportações e importações (bilhões de US$), 15,1 be 130 bilhões.
O governo ainda não se rendeu à realidade e continua apostando em crescimento do PIB este ano, mas neste final de semana o Banco Central admitiu que a economia não crescerá 1,2% como previa, mas somente 0,8%. A CNI tem dados mais realistas (leia acima os dados).
. A economia está em recessão, mas apenas o governo continua com a conversa de que as coisas estão melhorando a olhos vistos. A conjuntura vem melhorando, sim, mas não a olhos vistos – e ainda assim em nichos determinados. O setor mais vulnerável é o industrial. No último trimestre do ano o PIB despencou 3,2% e caiu 0,8% no primeiro trimestre deste ano. Não há um só instituto de pesquisas sério que acredita em PIB positivo em 2009.
. O Banco Central também mudou sua projeção para a inflação do ano, medida pelo IPCA, que era de 4% e agora foi elevada para 4,1%. É um bom número.
. É importante tomar ciência do que ocorre porque com base no cenário verdadeiro os agentes econômicos, os governos e as pessoas comuns podem postar-se diante do cenário e enfrentar melhor a crise. Isto inclui as famílias, cujo nível de endividamento subiu de 32,7% da renda total para 35% do ano passado para cá. Aliás, além de endividados mais do que devem, os brasileiros aplicam mais calotes do que nunca, pelo menos desde 2000. Entre abril e maio, a taxa de inadimplência pulou de 5,2% para 5,5%, segundo a Febraban.
. Além disto, o leitor precisa saber que a recessão cobra um preço muito alto dos trabalhadores, porque as demissões aumentam. Embora seja possível prever alguma melhora do cenário econômico ao longo do ano, isto só acontecerá muito lentamente. As projeções de 7,6% para a taxa de desemprego configuram cálculo médio, porque em alguns meses a taxa poderá ser muito maior. Agora mesmo, em julho, o IBGE projeta taxa de desemprego nacional igual a 10,8%. Menos mal que os trabalhadores, este ano, têm conseguido melhorar os resultados dos seus dissídios. O Dieese possui um cálculo que demonstra que em 96% dos dissídios, os sindicatos conseguiram igualar a pedida do ano passado e até melhora-la.
- Em notas a seguir, sinais pontuais de melhora são percebidos e registrados.
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