Crônica de Vitor Bertini, Lanche ajantarado

Valdemar disse ”então”, mais não disse, e começou a montar um sanduíche.

– Diga, Valdemar.
– Diga?
– Valdemar, você nunca diz ”então” para ficar calado. Digamos que eu conheça meu eleitorado.
– Então… – repetiu Valdemar, já de boca cheia, levantando da mesa.

Jurema esboçou um sorriso, desviou o olhar para o relógio bobo do microondas, acompanhou os passos do marido pelo reflexo na porta da adega e começou a servir-se.

O jantar, servido na copa, de jantar tinha o nome - cada membro da família montava seu lanche com as opções trazidas à mesa – e o horário de início, 20h30. Quando o terceiro prato estava lavado, a família havia jantado.

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Vitor Bertini/ https://bertini.substack.com/ https://vbertini.blogspot.com// bertini.vitor@gmail.com

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