Miolo cobra R$ 35,00 por uma visita incompleta e pobre

A visita é um desserviço aos turistas. Não é diferente na Aurora, que pelo menos não cobra nada para apresentar barris de carvalho e de aço, garrafas amontoadas, túneis tórridos e goles dos vinhos mais baratos. O que salva as visitas são os competentes guias.

A Miolo, Bento Gonçalves, RS, que só trabalha com vinhedos próprios e por isto irrita muito os viticultores do Vale dos Vinhedos, possui ainda 9 mil garrafas do seu mais importante vinho, o Lote 43, um blend de merlot com cabernet sauvignon, vendido a até R$ 170,00 a garrafa, dependendo do local de venda. Na vinícola, o preço cai para R$ 129,00. Pode comprá-lo quem visita o complexo, pagando o exorbitando valor de R$ 35,00 por cabeça, tudo por um tour intoleravelmente incompleto e pobre, de apenas 40 minutos, e que não inclui sequer a área de produção. O editor fez a visita na quinta-feira. Pouco antes, o editor visitou a Aurora, a maior do Brasil, e não pagou nada. A Miolo não apresenta nada além do que a Aurora apresenta. 

O maior comprador do Lote 43 é a China. A safra disponível para venda é a de 2012. Não é todos os anos que sai o Lote 43. O próximo a entrar no mercado é o da safra 2016. 

O lote 43, que é um lote de terra colocado diante da vinícola, serviu de sustento para a família por várias gerações.

Vale

O Vale dos Vinhedos foi a primeira região do Brasil a obter o selo D.O. (Denominação de Origem). A sua regulamentação estabelece que toda a produção de uvas e a elaboração dos vinhos sejam realizadas na região delimitada do Vale dos Vinhedos sob rigorosas regras técnicas, elevados padrões de qualidade e precisa avaliação sensorial de todos os vinhos