Opinião do editor - Assembléia gaúcha age com coragem ao enfrentar o caso Jardel.

Sem que se examine o mérito do caso, os deputados estaduais gaúchos demonstraram mais fibra do que os senadores, no enfrentamento de flagrante ilegalidade no ataque do Ministério Público e do Poder Judiciário às prerrogativas do Legislativo.

Foram corajosos os líderes que decidiram litigar no caso. 

Nada, nem mesmo lambanças criminosas como as de Jardel e Delcídio, justifica o atropelo às prerrogativas dos Poderes da República, que são o apanágio da democracia e das liberdades. 

Não se sustenta a decisão monocrática do desembargador Newton Brasil de Leão, que suspendeu o mandato de Mário Jardel, mantida sua remuneração.

Apelar à condição inexistente de "agente público" de um deputado, no caso Jardel, é forçar a barra de modo tão relevante quanto foi o recurso à figura esotérica de "crime continuado" para enquadrar o senador Delcídio Amaral em "crime realizado em flagrante e inafiançável". 

Os crimes de que são acusados Delcídio e Jardel, são pavorosos e custarão o mandato de ambos, mas isto é algo que compete ao Poder Legislativo, conforme prescreve a Constituição. 

E a Assembléia do RS já provou que é capaz de velozmente cortar na própria carne, como foi o caso recente da cassação do mandato do deputado Diógenes Bassegio.

E é o que manda o estado democrático de direito.