ENTREVISTA – Darcy Francisco Carvalho dos Santos,
economista - Embora não totalmente
fechado o mês de janeiro/2105, já dá fazer algumas inferências sobre a receita
do governo do RS ? No mês de janeiro de 2015, comparado com igual mês do ano
anterior, as receitas correntes cresceram nominalmente somente 2,4%. As
receitas próprias cresceram 8,5%, próximo a 2% reais. Onde está a diferença ? O
problema está com as transferências federais
e as perdas do Fundeb. Este teve suas
transferências aumentadas em R$ 37,8
milhões ou 9,2%. E as chamadas
transferências constitucionais da União ? Bom, estas cresceram 9,7%, em torno
de 3% reais, um bom desempenho, quando o PIB do País deve ter crescimento nulo.
Mas existem mais transferências, as facultativas, não é ? Sim, as demais
transferências decresceram R$ 144,9 milhões ou 52% nominais. Já dá para falar
em tendência ? Antes de qualquer juízo apressado sobre isso, é bom destacar que um mês isoladamente não
revela uma tendência, e esse percentual
está incidindo sobre uma base muito alta, que decorre do seguinte: no final de 2013, o então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, visando melhorar
o superávit primário, “pedalou” receitas de dezembro/2013 para janeiro de 2014,
inflando o valor das transferência relativa a esse mês. Só para destacar a
dimensão desta “pedalada”, o valor das transferências correntes de janeiro de
2014 é 57% maior que o dezembro/2014. Bom, temos mais 11 meses, mas neles o
governo terá que buscar a diferença. Ou não ? De qualquer maneira, é um mês a menos para conseguir alcançar a
média de 12,6% prevista no orçamento que deve suportar uma despesa de igual
valor. Como escapar do brete ? Minha esperança é de que o Rio Grande unido
deve saber sair dessa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário