A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta quinta-feira 1,3
milhão de reais em dinheiro vivo ao deflagar a Operação Zelotes para desbaratar
um esquema criminoso que pode ter desfalcado os cofres públicos em19 bilhões de
reais, quantia superior aos desvios de 10 bilhões de reais estimados na
Operação Lava Jato.
As informações estão no site www.veja.com.br desta tarde. A ilustração ao lado também é da revista.
Leia toda a reportagem:
"Essa investigação é uma das maiores, se não a maior,
de uma organização criminosa especializada em sonegação fiscal no Brasil, pelos
valores e pelo modus operandi", disse o delegado Oslain Campos
Santana, diretor de Combate ao Crime Organizado da PF.
Os investigadores já possuem indícios suficientes para
comprovar que a União deixou de arrecadar 5,7 bilhões de reais por causa da
manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(CARF). O conselho é vinculado ao Ministério da Fazenda e julga recursos de
processos administrativos e multas de empresas autuadas pela Receita Federal,
em segunda instância.
Três grupos diferentes de servidores públicos e
conselheiros do CARF favoreceram empresas multadas pela Receita Federal, que
recorreram ao órgão colegiado para tentar anular ou diminuir o valor das
autuações. Composto de auditores fiscais de carreira e profissionais indicados
por confederações de setores da economia - comércio e indústria, por exemplo -
e por sindicatos, o CARF julga processos administrativos de grandes empresas
pegas no Fisco por irregularidades no pagamento de Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre
outros.
Ao todo, 70 processos que tramitaram no CARF são alvo de
suspeita e investigação. Três grupos diferentes compostos principalmente por
servidores, conselheiros e lobistas agiam no órgão, segundo a PF. Servidores e
conselheiros tentavam cancelar multas por meio do tráfico de influência,
corromper outros integrantes do colegiado com pedidos de vista para trancar a
pauta de julgamentos e até reverter autuações milionárias.
"Existe uma questão endêmica de alguns grupos que
atuavam lá para fazer a defesa de interesses privados usando das facilidades de
servidor público. Alguns conselheiros e servidores tinham a facilidade de
acesso a outros conselheiros e tratavam de interesses privados e não só dos
julgamentos que lhes eram devidos", disse o delegado Marlon Cajado, que
presidiu o inquérito policial do caso. "Com acesso a informações, eles iam
a captadores de clientes, lobistas, escritórios de advocacia e consultoria
empresarial para que eles chegassem a empresas que tivessem processos com
valores vultosos e conseguissem ser contratados para defender esses interesses
dentro do CARF."
Em troca, as empresas beneficiadas faziam pagamentos a
empresas de consultoria que pertenciam aos conselheiros investigados ou
escritórios ligados a eles. Eles devem ser alvo de processo disciplinar e
investigação sobre enriquecimento ilícito no âmbito do Ministério da Fazenda.
A investigação teve início em 2013. Em março de 2014, a
PF abriu um inquérito para investigar o esquema criminoso, cujos integrantes
foram alvo de 41 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira, em Brasília,
São Paulo e Ceará. Eles tiveram os bens sequestrados e contas bancárias
bloqueadas pela Justiça Federal. Os agentes fizeram buscas em gabinetes de
conselheiros do CARF, residências, escritórios de consultoria e advocacia para
apreender documentos e contratos. Também participaram da investigação a
Corregedoria do Ministério da Fazenda, Receita Federal e Ministério Público
Federal.
3 comentários:
Cada enxadada uma minhoca.
Há,há,ha,ha...Políbio, isso aí é ladrão roubando de ladrão, pois grande parte desse dinheiro sonegado seria roubado pelos petralhas!
Duvido que estes caras tenham roubado mais que o PT.
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