Joaquim Barbosa rejeita pedido de trabalho externo feito por Zé Dirceu. A lei diz que lugar de preso é na cadeia.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, rejeitou um pedido do ex-ministro José Dirceu para trabalhar fora do complexo penitenciário da Papuda, em Brasília. Entre os motivos alegados por Barbosa para recusar o pedido está o de que José Dirceu ainda não cumpriu um sexto da pena de sete anos e 11 meses fixada para ele pelo STF por participação no esquema do mensalão. O ex-ministro só terá cumprido esse período mínimo em março de 2015.

. Nesta quinta-feira, Barbosa já havia derrubado decisões da Justiça de 1ª Instância que tinham garantido o direito ao trabalho externo para o ex-deputado Romeu Queiroz e o advogado Rogério Tolentino.

. O presidente do STF também está incomodado com as reiteradas denúncias comprovadas de privilégios com que conta Zé Dirceu na cadeia, o que ajudou a consolidar sua decisão de proibir novas regalias.Desta vez, a acusação, feita pela Folha de S. Paulo, é de que a filha do prisioneiro, Joana Saragoça, teria "furado a fila" da Papuda para visitar o pai. O governo do Distrito Federal, dominado pelo petista Agnelo Queiroz, companheiro de Partido do prisioneiro, informou que ela participaria de investigação sobre possível greve de fome que seria feita pelo ex-ministro.  Dirceu está há quase seis meses em regime fechado, mas gozando de regalias como cela maior, banho quente, TV e microondas, além de direito a feijoadas aos sábados.

- Apesar de não querer comentar a nova denúncia de tratamento diferenciado a José Dirceu, p ministro do STF, Marco Aurélio Mello,  afirmou hoje  que prisões são como "panela de pressão" e o registro de tratamento diferenciado a presos condenados no Mensalão "gera indignação e revolta" em outros detentos