Grampos em Carlinhos Cachoeira derrubam outro líder do PT. Caiu braço direito do governador Agnelo Queiroz.

- A reportagem a seguir é de  Leandro Colon e foi publicada no site da Folha.

O chefe de gabinete do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), decidiu na noite desta terça-feira deixar o cargo. Citado na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, Cláudio Monteiro disse à Folha que tomou a decisão para “não expor” o governo do DF. Monteiro afirmou ainda que caberá ao governador definir se será apenas um afastamento temporário ou uma exoneração do cargo. “Farei o que for melhor para o governo. Quero sair para me defender também.” Ele disse também que vai se afastar do comando da secretaria-executiva do governo do DF que cuida da Copa do Mundo em Brasília. Monteiro informou que abrirá seus sigilos fiscais e bancários.

A decisão dele foi tomada depois de o “Jornal Nacional” revelar hoje gravações da Operação Monte Carlo em que duas pessoas discutem um suposto pagamento de propina a Cláudio Monteiro relacionado a contratos do governo do DF. O diálogo divulgado é do ano passado entre o o sargento aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, e Cláudio Abreu, então diretor da Delta Construções. Ambos foram investigados pela Operação Monte Carlo, que desmontou um esquema de jogos ilegais comandados, segundo a polícia, pelo empresário Carlinhos Cachoeira.

No dia 16 de março, a Folha revelou que, segundo a investigação da Polícia Federal, Monteiro recebeu um telefone especial, antigrampo, de Carlinhos Cachoeira. O jornal mostrou também que uma gravação de 2 de março de 2011 mostra o sargento Dadá informando Cachoeira que foi marcada uma reunião com Cláudio Monteiro.

O diálogo a seguir foi apresentado em áudio pelo Jornal Nacional desta terça a noite. Ele compromete gravemente o governo de Agnelo Queiroz, do PT, já fustigado por diversas outras denúncias de corrupção.
Dadá: “O Marcelão tá aqui comigo, entendeu. Eu tava falando para o Carlinhos, o seguinte. Ele veio da reunião com o Claudio Monteiro entendeu, então ele tava falando o seguinte, que é ideal você dar um presente pro cara. A nomeação só vai sair na terça-feira no Diário Oficial.”
Claudio Abreu: “Dada, resume. O que é que é pra dar pra ele, Dadá?”
Dadá: “Dá o dinheiro para o cara, meu irmão.”
Claudio Abreu: “Faz o seguinte. Vamos dar R$ 20 mil pra ele e R$ 5 mil por mês, pronto! Nós vamos dar R$ 20 mil pra ele agora e R$ 5 mil por mês, entendeu?”
Dadá: “Vou falar com o Marcelão aqui.”

Segundo a investigação, Claudio Monteiro foi o responsável pela indicação do nome de João Monteiro na direção do SLU. A PF não comprovou se o chefe de gabinete do GDF recebeu o dinheiro. A apuração da polícia indica que a quadrilha esperava que João Monteiro facilitasse negócios da Delta na coleta de lixo do DF. Atualmente, a empresa tem dois contratos na área de limpeza pública do DF, no valor total de R$ 470 milhões. Os contratos foram fechados antes de Agnelo assumir o GDF.

2 comentários:

Mordaz disse...

Carlinhos Cachoeira tem uma longa relação com o Partido dos Trabalhadores.

Anônimo disse...

E por que não o próprio governador? ah... é porque elle é do pt...

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