Entrevista - Entenda a greve de hoje (setores administrativos) na Polícia Federal

Entrevista com Cleuza Menezes, vice-presidente nacional do Sinpecpf.

Vocês pararam a Polícia Federal nesta quarta-feira ?
Até as 18h, nós estamos parados. É todo o pessoal administrativo. São 100 no RS e 3 mil no Brasil. O atendimento está sendo feito por 5 mil terceirizados no Brasil. 

Qual é a reivindicação ?
Queremos concursos para essas 5 mil vagas. Isto não tem sentido. Em 2007, o então ministro Tarso Genro prometeu mandar para o Congresso um projeto propondo a reestruturação da carreira e a realização do concurso, mas nunca mandou nada. 

E o atual ministro, José Eduardo Cardozo ?
Ele não nos recebe. Se não nos receber, pararemos 48 horas. Não vamos parar. No Brasil, a PF dispõe de 4 policiais para um administrativo, número inverso do FBI. Se o governo tem R$ 10 milhões para pagar os 5 mil terceirizados, pode pagar por 5 mil novos contratados.

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente essa paralisação. Parabêns PF pela iniciativa. Infelizmente aqui a maioria das coisas só funciona se for na base de greve.

Paralelas disse...

Por acaso, hoje encontrei esta postagem e, 04 (quatro) anos se passaram e nada mudou. Nossos diretores passam pelo cargo, prometendo resolver o problema da atividade de apoio da PF.

A grande carência de servidores administrativos enfrentada pelo órgão, motivada pela baixa remuneração e por atualmente não existir expectativa de crescimento profissional na carreira.

Importância da categoria – Responsáveis pelo suporte logístico necessário à atividade policial, os servidores administrativos atuam em todos os setores da PF, sendo vitais em atividades como emissão de passaportes, registro de estrangeiros, registro e concessão de porte de armas, segurança privada e controle de produtos químicos. Hoje, a PF não conta com número suficiente de administrativos para essas tarefas e por isso desloca policiais para esses postos, o que compromete as operações de combate ao crime.

Para piorar, o desvio de função também representa desperdício de dinheiro público, pois um policial chega a receber até cinco vezes mais que um servidor administrativo. “É uma conta que não fecha”, argumenta Leilane. “O governo usa um discurso de austeridade para negar melhorias para nossa categoria, mas nossa reestruturação proporcionaria economia para os cofres públicos”, sustenta.

Terceirização – O sindicato protesta ainda quanto ao aumento da terceirização na PF. Hoje, o órgão gasta mensalmente cerca de R$ 10 milhões para manter pouco mais de 4 mil terceirizados atuando na corporação. Embora a maioria desses profissionais possua baixo grau de capacitação, grande parte acaba sendo deslocada para atividades complexas que, de acordo com a lei, são de responsabilidade exclusiva de servidores concursados.

Com isso, o país se submete a sérios riscos. Não podemos deixar que a precarização de mão de obra comprometa as atividade da PF.

Cleuza Menezes (Representante Regional do SINPECPF, no Rio grande do Sul).

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