Paula pode?

O texto ao lado não é a reprodução da Nota Oficial do Serviço de Imprensa do Palácio do Planalto sobre a presença da procuradora Paula Araújo na comitiva da presidente Dilma Rousseff – mas poderia ser. O mais notável é que a nota é da editora de Política do jornal Zero Hora e portanto reflete a posição da RBS. A rendição editorial da RBS aos interesses do Palácio do Planalto e em menor escala aos interesses do Palácio Piratini, chega a ser assombrosa, porque ela nem sequer é oblíqua.  É por isto que o editor estranha muito quando o próprio Governador Tarso Genro reclama a criação de um Conselho Estadual de Comunicação, destinado a amestrar jornalistas e jornais do Rio Grande do Sul, domando-os aos interesses do seu governo e do PT. O que mais quer o senhor Tarso Genro ? Leia este trecho inicial da nota de Zero Hora de hoje (ao lado, clique para ampliar e ler a íntegra), que trata de também demonstrar de que modo a procuradora Paula Araújo é um sucesso profissional e mãe exemplar, impondo-se, neste caso da viagem à China, um sacrifício pessoal incomensurável – em benefício da Pátria brasileira. Zero Hora só falta dizer que somente  anti-patriotas juramentados não reconhecem isto.

Dizer que Paula foi à China fazer turismo com dinheiro público, como têm dito os detratores da presidente, é uma mistura de má-fé, preconceito e gosto pela picuinha   ....  Paula é procuradora do Ministério Público do Trabalho. Entrou lá por seus méritos, ao ser aprovada em concurso público, muito antes de a mãe sequer sonhar em ser presidente da República. Ganha um bom salário e não precisa de carona para fazer turismo. Pode ir à China todos os anos, com marido, filho e babá, sem que isso desestruture o orçamento familiar. Acompanhar a mãe é até um sacrifício pessoal para quem tem um bebê de sete meses e que se separa do filho pela primeira vez por tão longo período.
 
- O Ministério Público do Trabalho apressou-se em informar que Paula Araújo goza de licença neste momento. Ora, se é pacífica legalmente a presença da procuradora na comitiva de Dilma Rousseff, a explicação seria desnecessária. Não é incomum que filhas, maridos ou mães, exerçam o papel de primeira-dama ou primeiro-damo, mas parece inadmissível que isto seja feito apenas quando for do interesse do governante. Neste caso de Paula Araújo, o que despertou a curiosidade dos jornalistas foi exatamente esta cicunstância e também o fato de que o nome da filha de Dilma Rousseff não constou de nenhuma lista oficial disponível por ocasião do embarque.

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