Saiba o que está por trás da vitória de Tarso Genro (e os desafios que terá pela frente para governar o RS)

Pelo menos três situações surpreendentes surgiram nas eleições para o governo do RS e que os institutos de pesquisa não conseguiram captar com precisão:

1) Yeda conseguiu bem mais votos do que previam as pesquisas.

2) Mont’Serra Martins, do PV, e não Pedro Ruas, do PSOL, superou a casa dos 1%, embalado na onda verde comandada por Marina Silva.

. O outro dado tem a ver com a votação de José Fogaça, do PMDB, que foi muito mais raquítica do que previam os institutos de pesquisa.

. Ganhou Tarso Genro, do PT, que emplacou níveis de votação jamais alcançados antes por qualquer candidato do Partido no RS.

. Mas a oposição ao PT segue muito forte no Estado, porque conseguiu 46% do total dos votos.

- Os acertos de Tarso Genro e do PT – Ao privilegiar uma campanha pasteurizada, alienada politicamente, da qual eliminou todo o conteúdo e retórica xiita fundamentalista guasca e todos os símbolos e consignas do PT, o líder petista compreendeu a profundidade do desgaste da logomarca, atingida em cheio pelo Escândalo do Mensalão. Tarso também soube surfar em cima da onda lulista de crescimento econômico e bem-estar social.

- Os problemas de Yeda e Fogaça – Yeda Crusius resultou fragilizada em função de um cerco politicamente selvagem movido contra seu governo sob a liderança do PT, que ela conseguiu enfrentar politicamente e não soube capitalizar eleitoralmente. O caso de Fogaça foi diferente, porque o ex-prefeito de Porto Alegre pagou o preço da sua indecisão. Os dois candidatos – Yeda e Fogaça – aceitaram o jogo de Tarso Genro e jamais o confrontaram.

. O jogo dos marqueteiros foi ganho pelos marqueteiros do PT.

- O problema de Tarso Genro e do PT será governar o RS com maioria na Assembléia e dialogando com os segmentos econômicos e sociais resistentes ao PT, evitando os erros cometidos pelo governo Olívio Dutra, que não se compôs com ninguém e acabou tomando uma CPI que por pouco não o alijou do Piratini.