Artigo, Zander Navarro, Estadão - Sinais, fortes sinais!

Peço licença ao candidato Eymael para utilizar o seu bordão no título acima. Ele, Cabo Daciolo e Vera Lúcia, do PSTU, formaram o time simpático do pleito. Certamente porque foram minúsculos os seus tempos de exposição. Foi impossível não sorrir ao vê-los na propaganda, pois representaram a face sonhadora da disputa. Pareciam sinceros, talvez porque sem terem a chance de maiores explicações. Quem não se divertiu ao ouvir Vera Lúcia afirmar que iria estatizar as cem maiores empresas do País? Somos gratos ao trio, eles suavizaram com suas utopias a hipocrisia de quase todo o processo eleitoral, banhado em promessas absurdas, bravatas e inúmeras falsidades, à direita e à esquerda.

Uma eleição extraordinária, quase espetacular, um definitivo divisor de águas em nossa História. E sua marca principal é alvissareira, pois introduz, finalmente, os sinais de algum amadurecimento político dos eleitores. Esse otimismo tem explicação concreta e não se relaciona diretamente às escolhas realizadas, mas aos movimentos ocorridos. Nos anos deste século, um silencioso processo vem mudando a amplitude das informações disponíveis e, assim, a capacidade dos eleitores de escaparem das armadilhas e da manipulação dos partidos. É o espantoso fenômeno das “redes sociais”, a grande mudança nos vetores da interação e da ação social, incluindo as preferências dos cidadãos. Some-se o fato à crescente escolarização e estaria dada a receita que explica, ao menos em parte, a essência da disputa eleitoral.

A eleição parece ter sepultado o papel da propaganda obrigatória na televisão.

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6 comentários:

Anônimo disse...

"Luta contra corrupção" e "democracia" foram usados pela ditadura para Atos Institucionais:

22/10/2018
Patricia Faermann

Os argumentos "democráticos" do AI-5 na ditadura - Fotos: Arquivo

Jornal GGN - Durante os primeiros anos da ditadura brasileira, entre 1964 e 1969, o governo militar utilizou os Atos Institucionais como ferramentas para garantir diversos poderes além da própria Constituição da ditadura. Foram um total de 17 atos institucionais e mais 104 complementares que asseguraram não somente a permanência do regime militar, como também a estes governos colocar em prática políticas autoritárias sob o véu da "legalização".

Como sabemos, mesmo após 33 anos de redemocratização do país, ainda há quem defenda o regime militar e o retorno da ditadura, acreditando que aqueles governos foram melhores - ou "menos piores" - do que atualmente. Um dos motivos que consolidou este raciocínio foi a construção da imagem de que hoje há mais corrupção do que naqueles anos.

E não é à toa que a saída autoritária vem conectada ao emblema contra a corrupção no insconsciente popular. Porque desde os primeiros anos da ditadura, a corrupção foi usada como justificativa para a permanência do regime militar e a instauração dos atos que asseguraram aos ditadores poderes irrestritos.

A fim de evitar uma insatisfação e consequente rebelião popular que não pudesse ser controlada, eram precisos argumentos potentes para a introdução destes atos institucionais que radicalizaram a ditadura, tornando-a o que se conheceu como os anos de chumbo. Neste período, três expressões foram chaves para isso: luta contra a corrupção, soberania nacional e impedir o avanço do comunismo no país.

E foram estes motivos que garantiram ao regime militar institucionalizar os cinco primeiros e piores atos de poder. Os dois primeiros AI-1 e AI-2 garantiram, logo de início, prerrogativas às Forças Armadas até então proibidas pela Constituição. Com elas, os militares podiam suspender direitos políticos de qualquer um, cassar mandatos legislativos, demitir servidores públicos, além de garantir que o governo publicasse qualquer decreto ou norma sem que fosse processado pelo Judiciário.

Resumidamente, parece autoritário demais para o povo aceitar. Mas os argumentos apelaram a um quadro de insatisfação generalizada da população, somados à promessa de salvar o país. Apesar de, na prática, centralizar o poder nos militares, o Primeiro Ato Institucional era uma "Carta à Nação", que tentava se diferenciar da "ditadura de outros movimentos armados", autodenominando-se "revolução". Sustentava que não eram as vontades de um grupo que estavam sendo atendidas, "mas o interesse e a vontade da Nação".

Anônimo disse...

Bolsonaro usa fake news sobre guerrilha na propaganda da TV:

25 out 2018 - Blog do Esmael Morais

Não bastassem as fake news no WhatsApp e no Facebook, o candidato do PSL Jair Bolsonaro apelou para as notícias falsas também na propaganda da TV. Ao invés de apresentar propostas, o deputado invadiu os lares dos brasileiros na tarde desta quinta (25) dizendo que as FARC irão invadir o Brasil. Mentira. As FARC nem existem mais, como se explica abaixo.

A propaganda de Bolsonaro maximiza a necessidade de violência ao falar de um suposto perigo vermelho, das FARC, o que beira uma psicopatia.

Em fevereiro de 2017, as Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC) e governo da Colômbia celebraram um acordo que pôs fim ao conflito armado que durou 52 anos. Esse armistício, inclusive, rendeu o Prêmio Nobel da Paz de 2015 para o então presidente colombiano Juan Manuel Santos.

Portanto, as FARC viraram um partido político e disputaram dentro da legalidade as eleições deste ano na Colômbia.

Para a decepção do garimpeiro que concorre à Presidência do Brasil, o símbolo do partido FARC é uma rosa — não um fuzil. (...)

Anônimo disse...

Está provado: o povo brasileiro não é desonesto por natureza, como disse JEC. Confessadamente, Bolsonaro não entende de economia, educação, saúde, etc., mas prometeu ser honesto e colocar gente competente nos cargos do governo. É o que nos basta. E, apenas para lembrar: ninguém o considera o Messias - apesar de assim se chamar - e estaremos, pelas redes sociais, vigiando com lupa todos os acontecimentos (contra e a favor).

Anônimo disse...



Muito bom o texto. Só o desmerece em "os méritos de Bolsonaro são limitadíssimos", pois é prematuro o julgamento. Estar no “lugar certo e no momento apropriado”, começou lá longínqua década de 90. Sendo eleito, as avaliações começarão a partir do dia 29, por parte de seus eleitores. Hoje, o candidato nem sentou na cadeira presidencial. Respeitosamente, aguarde sociólogo!. "Calma e canja de galinha, nunca fez mal a ninguém."

Anônimo disse...

Coronel que chamou Rosa Weber de “vagabunda” volta a atacar: “Fariseu e hipócrita”, diz ele sobre Celso de Mello:

25 out 2018 - DCM

O coronel da reserva Carlos Alves, que ofendeu Rosa Weber, presidente do TSE, chamando-a de “vagabunda”, divulgou novo vídeo em que, a pretexto de se retratar dos “termos chulos”, volta a atacar os ministros do Supremo, nominalmente. “Fariseus e hipócritas”, diz ele. No meio do vídeo, ele revela seus planos: “Vou entrar na política nacional, para ter imunidade.” O coronel da reserva assim define Bolsonaro: “É uma ferramenta que Deus está usando para consertar o Brasil.”.

SILVIO disse...

Concordo, foi divertido, mas qual bravata e promessas que a direita (BOLSONARO) fez ????? BOLSONARO NADA PROMETEU ! Defendeu valores, decência e honestidade !

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