Artigo, Dora Kramer, Estadão - Governante e governada

Tempo houve, não faz muito, que Dilma Rousseff pretendia mandar até no uso e costume da língua portuguesa. Exigiu ser chamada de “presidenta”, no que foi atendida por subordinados. Funcionais e mentais. Hoje a presidente Dilma Rousseff já não manda em coisa alguma. Nem no governo nem em si.
Na prática, tornou-se impedida de governar. Em preciso jogo de palavras, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso bem definiu a situação ao dizer que depois dessa nova rodada de negociações com o baixo-clero do PMDB Dilma não governaria, seria governada.
É de se acrescentar a título de reforço: não preside, é presidida. Por Luiz Inácio da Silva, pelo andamento da Operação Lava Jato, pela vontade dos ditos aliados, pela repercussão de suas ações. A presidente está entregue aos acontecimentos, na realidade, interditada.
O afastamento de Aloizio Mercadante da Casa Civil é um ato que não soluciona. A saída dele não resolve. Na avaliação de colegas de governo e de partido, Mercadante fora da Casa Civil não é uma solução para a crise, mas sua permanência seria garantia do agravamento da situação.
O problema é que na Casa Civil ou na Educação, Dilma vai continuar ouvindo Aloizio Mercadante, seu pior conselheiro.
Vida Severina. Por um “pixuleco” de R$ 10 mil mensais pagos pelo dono do restaurante interessado em operar na Câmara, Severino Cavalcanti perdeu a presidência da Casa. A situação do deputado Eduardo Cunha é muito mais complicada.
Não porque mantenha contas em bancos suíços. Não é proibido depositar dinheiro no exterior. Qualquer pessoa pode abrir uma conta de maneira legal e transparente. Mas um parlamentar não pode mentir sem que o ato se configure quebra de decoro. E Eduardo Cunha mentiu na CPI da Petrobrás ao negar peremptoriamente a existência não de quatro, conforme apontam as investigações, mas de uma conta sequer.
Se nessas contas estiver depositado dinheiro de origem ilegal, configura-se um crime. Nada menos do que quatro delatores “premiados” afirmaram terem sido intermediários de pagamento de propina ao deputado Cunha. Quando da primeira denúncia, ele fez um escarcéu. Rompeu com o governo e atribuiu ao Planalto uma urdidura contra ele. Criava um factoide a fim de desviar a atenção sobre o fato.
E fato é que o presidente da Câmara perdeu a condição de presidir a Câmara. Mais não seja até a comprovação das acusações, porque mentiu. Mentira que levou à cassação de Luiz Estevão, no Senado, à renúncia de Renan Calheiros ao posto e à delegação ao ostracismo de figuras como Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho.
Quanto mais adiar a renúncia à presidência, mais o presidente da Câmara dos Deputados desgasta a instituição.

8 comentários:

Anônimo disse...

É não ter o mínimo de brio aceitar ter o título de um cargo e não exercê-lo.
Se tivesse um mínimo de amor próprio, renunciaria mesmo sem o consentimento do governante do país.

Anônimo disse...

Dilma é tão sem caráter que deu a criminoso a presidência do Brasil e sem nenhum voto para ele, portanto estamos em regime de exceção e ela é passível legalmente de impeachment, pois não pode ser dada a presidência por procuração!

Anônimo disse...

A presidenta não governa mais...de agora em diante não passa de uma CoadjuvAnta.....

Anônimo disse...

Está caracterizado a entrega do cargo de presidente da república. Isso não se enquadraria em uma manobra ilegal que o TSE Ministério STF deveriam tomar uma atitude ? É uma renúncia que entrega o cargo a políticos que não foram ELEITOS para o cargo. Isso é Ilegal.

Anônimo disse...

Concordo planamente estamos em regime de exceção. Pois não foram ELEITOS...
.

Anônimo disse...

Concordo planamente estamos em regime de exceção. Pois não foram ELEITOS...
.

Anônimo disse...

Concordo planamente estamos em regime de exceção. Pois não foram ELEITOS...
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Anônimo disse...

A rainha da Inglaterra não manda em nada, mas tem dignidade, já Dilma não manda nada e sua dignidade somwnrw é encontrada nas latrinas da zona do meretrício.

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