Ex-conselheiro de empreiteira detalha como agia Paulo Roberto Costa

O engenheiro Luiz Cruz Schneider, conselheiro da construtora Engevix por oito anos, garantiu que a empreiteira não abriu auditoria interna para investigar as revelações da Operação Lava Jato porque não pretendia ampliar o “stress” dentro da companhia.

"Primeiro, houve enorme surpresa com a Operação Lava Jato. Os sócios José Antunes Sobrinho e Cristiano Kok falaram sobre a investigação e disseram que havia operação de buscar documentos e acusações contra Gerson Almada, o vice-presidente", comentou. Ele também afirmou que a empresa, ao contrário de gigantes como a Camargo Corrêa ou a OAS, não tinha a mesma capilaridade de mercado que as concorrentes.

Sobre a Engevix – bem como, também sobre as demais empreiteiras – pesam as acusações de que pagava propina e fraudava recursos em licitações para simular uma concorrência inexistente.

Gerson Almada, preso na sétima fase da Lava Jato, apresentou à Justiça Federal do Paraná a tese de que foi extorquido pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e disse que só pagou propina em contratos com a estatal porque o então dirigente “exigia” o desembolso dos recursos e “ameaçava” os empresários.

"O que Costa fazia era ameaçar, um a um, os empresários, com o poder econômico da Petrobras. Prometia causar prejuízos no curso de contratos. Dizia que levaria à falência quem enfrentasse o seu poder, sinônimo da simbiose do poder econômico da empresa com o poder político do governo", relatou Schneider.

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