Doleiro diz que dinheiro sujo da ampliação da Refap, Canoas, RS, foi para o PP, via UTC

Indústria de refino de petróleo do Rio Grande do Sul, a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, aparece numa lista de 11 obras da Petrobras que teriam sido objeto de corrupção. São 15 contratos pelos quais as empreiteiras vencedoras de licitações teriam pago propina a representantes da estatal. Eles foram listados pelo doleiro Alberto Youssef – um dos mais importantes delatores da Operação Lava-Jato – em depoimento prestado em 24 de novembro, mas liberado apenas agora pela 13ª Vara da Justiça Federal do Paraná.
Citada pelo doleiro Alberto Youssef, em depoimento, como fonte de pagamento de propina ao PP, a construção da nova unidade de tratamento de diesel da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, contou com pagamento de aditivos contra­tuais acima do permitido por lei.
Orçada inicialmente em R$ 1,585 bilhão, a obra, dividida em dois contratos com a UTC Engenharia, terminou custando R$ 2,132 bilhões devido aos aditivos, que elevaram o valor original em 34,5%. O limite de acréscimos permitido pela Lei das Licitações e pelo Regulamento do Procedimento Licitatório Simplificado da Petrobras é de 25%, o que acabou sendo desrespeitado na obra da Refap. No total, a UTC recebeu R$ 547 milhões em aditivos.
No caso da Refap, dois contratos são relatados pelo doleiro. Um deles é a construção da nova unidade de diesel da refinaria, uma verdadeira duplicação, no valor de R$ 1,585 bilhão (a cargo da empresa UTC). O outro é o fornecimento de motores diesel do sistema de combate a incêndio, de água industrial e de geradores de emergência (a cargo da empresa MPE). Youssef não refere o valor da propina nesses contratos, mas, no interrogatório, fala que em todas as 11 obras houve pagamento, por parte das empreiteiras, de 1% ao PP (partido ao qual o doleiro é ligado)
Subsidiária da Petrobras, a Refap iniciou a obra da nova unidade de tratamento de diesel em janeiro de 2011. Com seis meses de atraso, as operações no local começaram em 3 de setembro de 2014.
O contrato entre a Petrobras e a UTC para a obra na Refap foi assinado por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que, em depoimentos no processo de delação premiada da Operação Lava-Jato, apontou a empresa como uma das que compunham o esquema de pagamento de propina em obras superfaturadas da estatal do petróleo. A UTC sempre negou as acusações.
Antiga sócia do consórcio Quip (com Queiroz Galvão, Iesa e Camargo Corrêa), a UTC também participou da construção de pelo menos quatro plataformas de petróleo no polo naval de Rio Grande, além de outras obras pelo Brasil.

3 comentários:

Anônimo disse...

alguma relação com a mansão do Marcos Maia em canoas?

Anônimo disse...

Será que o Paim deixou passar o cavalo encilhado?

Anônimo disse...

O dinheiro não foi parar no comitê de campanha da Ana amélia??????????????

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