Koutzi surpreende Taline Oppitz em Porto Alegre: "A prisão dos ativistas no Rio foi "justa e necessária"

À esquerda, libertado na Argentina, em direção a novo exílio, desta vez na França. 

Numa curta nota de abertura de coluna, a jornalista Taline Oppitz, Correio do Povo, transcreve hoje os principais trechos da fala que ouviu do ex-deputado Flávio Koutzi, PT do RS, que na época das ditaduras militares no Brasil e na Argentina, foi preso e torturado em Buenos Aires. Ele só escapou da morte por causa de forte campanha internacional realizada em seu favor.Leia tudo:

Afastado do cenário político, o ex-deputado Flávio Koutzii, exilado e uma das lideranças gaúchas mais respeitadas do PT, foi na contramão da posição da cúpula nacional de seu partido e defendeu, durante entrevista ao programa “Esfera Pública”, da Rádio Guaíba, a prisão de ativistas no Rio de Janeiro. No total, foram presas, na véspera da final da Copa, 19 pessoas — para evitar ameaças à realização do Mundial — acusadas de envolvimento em crimes durante protestos.Após realizar contextualização sobre a diferença das lutas de agora com as da época da ditadura e ao comentar o pedido de asilo feito por três ativistas, negado, corretamente segundo ele, pelo Uruguai, Koutzii afirmou que os manifestantes são responsáveis pelas escolhas políticas e pelos métodos que usaram para atingir a meta de desestabilizar à realização da Copa. “Tenho bem consciência do que estou dizendo. Era um dilema. De um lado uma generosíssima participação jovem como nunca tivemos, que depois se agrupou. Foi justo e necessário (as prisões). Se houvesse indícios, e haviam, neste contexto, acionar as estruturas de forma legal e institucional para acompanhar um processo que estava prometido — o não vai ter Copa — foi correto”, disse. Koutzii questionou, no entanto, a manutenção das prisões. Na última quinta-feira, em nota assinada pelo presidente nacional Rui Falcão, o PT sustentou que as prisões representam grave violação de direitos e das liberdades.