Depois da frustração com o resultado das contas públicas
em janeiro, o governo federal decidiu reforçar seu caixa com dividendos do
BNDES, o banco estatal de desenvolvimento. O Tesouro Nacional autorizou ontem o resgate de R$ 2
bilhões em títulos públicos que estavam com a instituição financeira. A medida é retroativa a fevereiro. Por isso, o dinheiro
vai aparecer como receita e engordar o superavit primário do segundo mês do ano,
cujo resultado será divulgado no fim de março.
O BNDES foi a instituição que mais pagou dividendos ao
Tesouro no ano passado, com o repasse de quase R$ 7 bilhões, mais de 40% do
total recebido das estatais. A previsão do governo federal é de uma receita de R$ 24
bilhões em dividendos em 2014, aumento de 40% em relação a 2013, considerando
todas as empresas federais.
Essa fonte de recursos garante, sozinha, cerca de um
quarto da meta de superávit do setor público do ano.
Os R$ 2 bilhões se referem ao repasse de parte do lucro
do BNDES no ano passado. Na primeira versão da portaria que autorizou a
operação, publicada nesta quinta-feira, foi informado que se tratava de uma
antecipação de dividendos. O Tesouro, no entanto, retificou a informação e disse que
se trata de um pagamento normal de dividendo, referente a um lucro já
divulgado, e não da distribuição de dinheiro de lucros futuros.
A antecipação de dividendos foi um artifício contábil
utilizado pelo governo em 2012 para engordar o superávit primário daquele ano.
- A piora nas contas públicas no governo Dilma Rousseff tem
sido apontada pelo mercado como uma das principais fragilidades da economia
brasileira. Um superávit maior ajuda a reduzir a dívida pública e contribui
para o controle da inflação.
4 comentários:
Políbio,
É pura mágica, dentro da Lei, mas ainda assim mágica!!
A Contabilidade permite estes artifícios que vão explodir mais a frente!!
JulioK
Muuuuito criativos eles!! Contabilmente falando...
Nada como usar dinheiro da herança maldita, porém cada vez fica menos dinheiro em caixa e quando acabar pedirão o penico para quem, para Cuba? Quá, quá, quá....!!!!!
Prática corriqueira na República bananeira bolivariana o tal do "artifício contábil", como dizia uma falecida tia minha, acerca do Brasil: "Terra de ninguém" !
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