Tarso produz factóide eleitoreiro irresponsável para anunciar fora do prazo o fim dos pedágios privados e o início dos pedágios estatais

- O ato desta terça foi um factóide político irresponsável, atrasado, reducionista e inconseqüente, cujo objetivo é apenas eleitoreiro e eleitoral. Tarso Genro não disse como é que vai pagar a indenização de R$ 1,5 bilhão devida às sete concessionárias e nem explicou de que forma arranjará dinheiro para investir na duplicação das rodovias, construção de novas obras de arte e manutenção dos atuais serviços. Nem mesmo a substituição dos pedágios privados por pedágios estatais foi assegurado por Tarso Genro, porque a lei aprovada pela Assembléia propicia o restabelecimento das concessões. É só ler o texto.O anúncio feito no Piratini foi uma sessão de asneira até mesmo diante do lançamento do novo pacote de estímulo ao crescimento, previsto para agosto, e que está cercado de grande expectativa, pois - como revelou a jornalista Claudia Safatle no jornal "Valor Econômico" - Dilma estará inaugurando a "segunda fase" da política econômica de seu governo. O forte, especula-se, será a abertura de mais concessões públicas nas áreas de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e hidroenergia. Haveria também redução das tarifas de energia elétrica, com o governo abrindo mão de algumas taxas penduradas na conta de luz, e alterações na forma de cobrança do PIS e da COFINS.

“Estes contratos são uma mamata”, foi o que disse o governador do RS, Tarso Genro, nesta terça-feira, ao anunciar as notificações extra-judiciais que põem fim do contrato dos pedágios. Elas  foram assinadas pelo governador, o secretario de Infraestrutura e Logística Beto Albuquerque e o procurador -geral do Estado, Carlos Henrique Kaipper, durante cerimômia no salão Alberto Pasqualini. As atuais praças de pedágios vão ser administradas pela EGR - Empresa Gaúcha de Rodovias, a mais nova estatal criada pelo governo do PT do RS, que nem se sabe se será operacional no ano que vem.

. Se a EGR não estiver funcionando no final do ano que vem, as estradas pedagiadas deixarão de ser pedagiadas na transição.

. No ato repleto de pompa e circunstância, o gogvernador Tarso Genro atacou pesadamente asconcessionárias e o governo Antônio Britto, responsável por ter assinado os contratos em 1998.

- As empresas fizeram bem em pegar esse serviço. Quem não gostaria de pegar aquela mamata? - disse Tarso Genro, sempre elegante nas suas falas, em tom de deboche..

.  Também foi confirmado o entendimento de que o término dos contratos das sete concessionárias que hoje exploram praças no Estado se dará no primeiro semestre de 2013. Antes, a previsão é de que o encerramento ocorreria somente no segundo semestre do próximo ano.

. Tarso Genro também atacou a mídia gaúcha, no caso a poltrona da sua sala:
- A mídia faz drama diante do tema dos pedágios.

. O presidente da Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR), Egon Schunck Júnior, alega que a antecipação do término dos contratos é ilegal. Ele entende que a referência é ordem de início dos serviços, o que levaria a extinção dos contratos no segundo semestre. O governo, no entanto, se baseou na assinatura dos contratos e na ordem de início de obras, fator que antecipou o prazo de permanência das empresas nas praças.

-  Entre março e junho de 2013, as sete concessionárias que hoje controlam os polos deixarão de ter essa prerrogativa. No lugar delas, assumirá a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que ainda precisa ter diretoria constituída, além do cumprimento de outras etapas, como a contratação de servidores pelo regime CLT, a instalação física da entidade e a sua composição estatutária.